O presidente mundial da Citroën, Gilles Michel, anunciou ontem (18) investimentos de U$ 500 milhões na ampliação da capacidade de produção no Mercosul e na produção de novos modelos para a região. Um carro cujas características ele não quis revelar está sendo projetado no Brasil com a equipe local, sob a supervisão do desenhista Jean Pierre Ploué e de engenheiros franceses e será produzido na fábrica de Porto Real.
O dirigente disse que para fazer um carro com custo baixo, para ser vendido no Mercosul, ele tem quem ser desenvolvido aqui, feito aqui, com fornecedores locais. Gilles Michel também não revelou quando o carro chega ao mercado. Mas não foi enfático ao desmentir a possibilidade levantada por uma repórter, da construção de um utilitário esportivo sobre a plataforma do C3, para concorrer com o EcoSport.
A capacidade da produção no Brasil vai subir de 150 para 300 mil unidades por ano e da Argentina de 170 mil para 340 mil e o dirigente confirmou que a empresa vai continuar atuando nos segmentos médios do mercado, sem planos portanto de buscar participação no segmento de entrada do mercado.
Sérgio Habib, presidente da Citroën do Brasil, lembrou que a marca cresceu este ano 64% nas vendas ao mercado interno em relação ao primeiro bimestre do ano passado, o dobro da média, mesmo sem ter nenhum produto na base do mercado. Creditou essa procura maior por carros com maior valor agregado ao aumento da renda do consumidor brasileiro e o aceso ao financiamento.
O mercado de carros compactos, mais equipados e com motor acima de 1000cc, vendia 250 mil unidades há cinco anos e neste ano vai chegar a 1 milhão. O maior crescimento é nos segmentos de carros mais caros, disse Sérgio Habib à reportagem da Agência AutoInforme.
O presidente mundial disse que veio ao Brasil para ver o bom momento por que passa a filial brasileira. A Citroën vendeu 35 mil carros em 2006, 50 mil em 2007 e pretende fechar este ano com 80 mil unidades vendidas. Gilles Michel disse que a marca está mudando na Europa, lançando produtos mais completos, bem equipados e inovadores. Confirmou a estratégia da marca no Brasil, de posicionar seus carros no topo de linha dos segmentos onde atua.
A empresa tem objetivos ambiciosos no Mercosul; vai lançar um carro totalmente novo por ano e completar a linha de produtos com modelos importados. Em abril começa a ser vendida a Grand Picasso, minivan para sete pessoas, lançada em 2007 e que é líder do seu segmento na Europa, com 20% das vendas. Em novembro chega o sedã grande C5, apresentado na semana passada no Salão de Genebra e que começa agora a ser vendido na Europa.
Gilles Michel elogiou o comando da economia brasileira: Os fundamentos da economia estão melhores do que jamais foram, é um crescimento baseado em medidas saudáveis por isso tendem a durar muito.
