MIT desenvolve filtro que captura e recicla alumínio, reduzindo resíduos industriais

Membrana inovadora captura mais de 99% do alumínio em resíduos industriais

A produção de alumínio — amplamente utilizado em produtos que vão de latas de refrigerante a foguetes — deve crescer 40% até o fim da década, elevando os impactos ambientais gerados pelos seus resíduos. Para mitigar esses efeitos, engenheiros do Massachusetts Institute of Technology (MIT) desenvolveram um processo de nanofiltração que captura e recicla alumínio de fluxos de resíduos industriais, abrindo novas perspectivas para a economia circular no setor.

A nova tecnologia utiliza membranas inovadoras capazes de filtrar mais de 99% dos íons de alumínio presentes nos resíduos de criolita, um eletrólito usado no processo de eletrólise que transforma alumina em alumínio puro. Com o tempo, a criolita acumula impurezas que comprometem sua eficiência, tornando necessária sua substituição e gerando grandes quantidades de resíduos contaminados. Com o filtro, esses íons de alumínio podem ser recuperados e reutilizados no processo industrial, reduzindo o desperdício e a necessidade de extração de novas matérias-primas.

Solução sustentável 

Segundo John Lienhard, diretor do Laboratório de Sistemas de Água e Alimentos Abdul Latif Jameel no MIT, a membrana não apenas diminui o impacto ambiental dos resíduos, mas também promove uma solução sustentável para atender à crescente demanda por alumínio. Em testes de laboratório, a membrana demonstrou resistência a altos níveis de acidez e manteve sua performance após semanas de uso.

A tecnologia é baseada em membranas convencionais de tratamento de água, adaptadas para reter íons de alumínio altamente carregados positivamente, enquanto permitem a passagem de outras impurezas. Desenvolvida em parceria com a empresa japonesa Nitto Denko, a solução também aproveita experiências anteriores do MIT no uso de membranas para recuperar lítio de baterias e lagos salgados.


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Se implementada em larga escala, a nova membrana poderia transformar a indústria do alumínio, economizando até 2,8 mil toneladas de metal por ano em uma única planta de produção, além de minimizar os impactos ambientais do setor

*Imagem de capa: Depositphotos.com