Onde buscar quem queira se capacitar tecnologicamente

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Quando poderíamos imaginar que enquanto debatemos o que poderia ser feito para mitigar a falta de mão de obra qualificada que afeta o mercado de trabalho e diretamente nossas indústrias, ser um CLT passou a ser bullying para a maioria dessa Geração Z.

O que a princípio pode ser entendido como uma brincadeira de jovens, tem sido motivo de discussões entre nossas gerações, pais e filhos/ avós e netos.

A nova geração discute como suportar uma jornada de trabalho com compromissos diários, horários a serem respeitados, ordens superiores a serem cumpridas, estar em ambientes comuns com as mesmas pessoas, com tarefas repetitivas, por um salário fixo ao final do mês. “Celetista” virou sinônimo de fracassado para essa nova geração. Todos pensam em ser um businessman de sucesso, influencer, tik-tok  producer, criador de eventos instagramáveis (os termos de sucesso para essa geração precisam ser sempre em inglês) para “causar”  admiração.

Talvez, venha dessa percepção de "celetista fracassado", a falta de interesse em ser um profissional qualificado qualquer que seja a  atividade em que atue.

Triste realidade que se espalha como um poderoso vírus desanimador.

Podemos ver essa degradação através do último censo, que, em 2024, mostrou que o Brasil, com uma população de 212,6 milhões de habitantes, tinha uma força de trabalho estimada em 109,4 milhões de pessoas, com uma estimativa de “empregados” de 103,6 milhões — sendo 53,4 milhões no setor privado (39 milhões com carteira assinada e 14 milhões informais) e 12,8 milhões no setor público. Seguem ainda nas estatísticas 40,3 milhões de informais e 6,8 milhões de desocupados/desempregados, fazendo parte desse grupo aproximadamente 3,0 milhões de desalentados (que não procuram mais empregos), segundo dados do 4º trimestre de 2024.

  • Desempregados: 6,8 milhões
  • Taxa de desemprego: 6,2%
  • Desalentados: 3,0 milhões
  • Taxa de subutilização*/Desocupados: 15,2%                                                                                    

Temos ainda pelas estatísticas 20,56 milhões de famílias atendidas pelo bolsa família que representam 54,3 milhões de pessoas sendo que 24 milhões são menores de 18 anos. Não há informações nas pesquisas se beneficiários do bolsa família, fazem ou não parte de grupos informais.


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Dentro do grupo desalentados, participam pessoas residentes em áreas longínquas para acesso ao trabalho, e aquelas com falta de capacitação/qualificação.

Temos um quadro tenebroso para analisar. Ser celetista parece ser para esses jovens a clara desistência de ser bem sucedido, quer pela baixa remuneração que receberá (embora para o empregador custe no mínimo o dobro, além dos riscos trabalhistas envolvidos) quer pela disciplina necessária, quer pela obrigatoriedade do cumprimento de metas necessárias ao sucesso do empreendimento.

As dificuldades de contratação de mão de obra passam não só pela falta de qualificação, como também pela baixa remuneração do celetista, quando comparada às remunerações dos informais. Pelas estatísticas acima, a busca por trabalhadores a serem treinados/capacitados terá que ser feita no grupo de informais — o que representa um grande desafio, já que, para esse tipo de ocupados, não importa fazer parte das contribuições previdenciárias, ter uma poupança armazenada no FGTS, ou contar com benefícios como transporte, alimentação e assistência médica. Os objetivos estão voltados para resultados imediatos, o que provocará, em um futuro próximo, uma sobrecarga imensurável no sistema de saúde pública, agravando fortemente o já deficitário sistema social — com cada vez menos contribuintes sustentando um número crescente de usuários. Cada vez mais, poucos pagarão em benefício de muitos que nada contribuíram.

*Imagem de capa: Depositphotos.com

O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.
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Carlos Eduardo de Sá Baptista

Presidente do Centro Empresarial das Indústrias Metalúrgicas do Município do Rio de Janeiro.

Indústria Metalmecânica - Rio de Janeiro

CEM RIO – CENTRO EMPRESARIAL DAS INDÚSTRIAS METALÚRGICAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO

O SINMETAL – Sindicato das Indústrias Metalúrgicas no Município do Rio de Janeiro foi fundado em 09 de setembro de 1937. Sua História é de glórias! Apesar das várias transformações vividas ao longo de sua existência, pode-se afirmar, pela leitura de seus arquivos, que é verdadeira fonte da História Industrial Brasileira e até hoje, mesmo diante dos momentos mais difíceis, das crises econômicas, políticas e sociais que o Brasil e o Rio de Janeiro sofreram, nestes 86 anos de sua existência, os princípios que nortearam a Entidade sempre foram os da transparência, da ética e de muita luta em busca de uma economia estável, da geração de renda e emprego, do crescimento industrial, do bem-estar social e do fortalecimento das empresas, independentemente do seu tamanho, faturamento ou condição econômica.

Em 2021 o SINMETAL criou o CEM RIO, um Comitê Empresarial referência para interação dos negócios no Rio de Janeiro, agindo como um fórum de discussões, sugestões e busca de soluções para o segmento.

Em 2022, o Comitê passou a ser considerado como um Centro Empresarial e o nome CEM RIO – CENTRO EMPRESARIAL DAS INDÚSTRIAS METALÚRGICAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO foi aprovado para constar do Estatuto da Entidade como seu nome de marca. Na prática, portanto, será conhecido como CEM RIO e dele poderão participar empresas metalúrgicas e outras que exerçam atividades afins ou com interesses similares, que desejarem participar do CEM RIO.

Assim todas as atividades sociais serão conduzidas pelo CEM RIO, um nome que nasceu forte, um Centro que reúne empresários com o objetivo principal de fortalecer as micros, pequenas, médias e grandes empresas.