Pouco mais da metade das empresas têm estratégia de sustentabilidade, aponta pesquisa

Indicador subiu 14 pontos percentuais entre 2021 e 2024, segundo pesquisa da Beon ESG, Nexus e Aberje; Levantamento inédito é o único no tema com amostra representativa da economia brasileira

As empresas brasileiras avançaram na implementação de práticas ESG nos últimos três anos. A pesquisa “Avanços e Desafios: A Maturidade ESG nas Empresas Brasileiras 2024” revela que 51% das instituições têm estratégia de sustentabilidade, 14 pontos percentuais a mais do que em 2021. No mesmo período, cresceu de 31% para 43% as empresas com metas ambientais. O levantamento inédito é o único sobre o tema com amostra representativa da economia no Brasil.

A sigla ESG, em inglês, engloba práticas relacionadas a questões ambientais, sociais e de governança. A pesquisa da Beon ESG – consultoria em sustentabilidade e estratégia ESG da FSB Holding – foi feita pela Nexus, também da FSB Holding, e tem parceria da Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial).

“Essa é a única e a maior pesquisa do gênero realizada no Brasil com uma amostra representativa da economia, proporcionando uma visão abrangente e detalhada sobre o estado atual das práticas ESG nas empresas brasileiras. Queremos contribuir para o avanço contínuo da sustentabilidade empresarial no Brasil, promovendo práticas que gerem impacto positivo e duradouro na sociedade e no meio ambiente”, comenta Danilo Maeda, diretor geral da Beon ESG, da FSB Holding.

Foram entrevistados 401 executivos de empresas médias e grandes entre março e maio de 2024, nos setores de agronegócio, indústria, comércio e serviços do Brasil.

Aumento na estrutura e nas metas socioambientais

Outro fator que mostra o avanço dessa agenda no ambiente corporativo é a alta de 10 pontos percentuais da existência de estrutura ESG nas empresas, de 29% para 39% no mesmo período de comparação. Das instituições com essa estrutura, em 34% essa área se reporta ao departamento de Recursos Humanos, evidenciando maior integração das práticas de sustentabilidade com a gestão de pessoas.


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A pesquisa da Beon ESG/Nexus/Aberje mostrou que um número maior de empresas passou a ter metas socioambientais. O patamar chegou a 43%, 12 pontos percentuais a mais que em 2021. Neste grupo, 40% usam o Acordo de Paris — tratado com objetivo de limitar o aquecimento global — ou os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU na definição dessas metas. Entre os ODS, “ação contra a mudança global do clima” é mais citado (91%), o que mostra um alinhamento com os temas que serão discutidos na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2024 (COP 29).

O estudo também indica que 59% das empresas mapeiam seus stakeholders, aumento de 12 pontos percentuais em relação a 2021.

Apesar do quadro geral positivo, a pesquisa revela pontos onde a maturidade ESG pode avançar. Apenas 27% das empresas realizam avaliações de materialidade e 20% publicam relatórios de sustentabilidade. Ainda assim, ambos indicadores tiveram crescimento nos últimos três anos, de 8 pontos percentuais em ambos os casos.

“É possível constatar a evolução da sustentabilidade atrelada às estratégias de negócio das empresas respondentes, mas ainda com a necessidade de aprofundar as complexidades da agenda, como na implementação de mecanismos de gestão da sustentabilidade como avaliação de materialidade e relatórios anuais”, afirma Danilo Maeda, diretor geral da Beon ESG, da FSB Holding.

*Imagem de capa: Depositphotos.com