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De 2021 e 2026, os fundos de investimento globais relacionados ao ESG devem ter um crescimento de 12,9% ao ano, saindo de US$ 18,4 trilhões para US$ 33,9 trilhões. Ao todo, os recursos voltados a essas iniciativas somam 21,5% do total de ativos sob gestão no mundo, de acordo com a consultoria PwC. Este movimento global também ocorre no Brasil e é uma das principais tendências corporativas para 2024.
A fim de acessar esses recursos, muitas organizações passaram a produzir relatórios para comprovar suas práticas nas três áreas que contemplam o ESG: Environmental, Social e Governance, do termo original em inglês. Ou seja, a junção de meio ambiente, de responsabilidade social e de governança dentro de um propósito de desenvolvimento sustentável e atenção especial às pessoas, ao planeta e à legislação.
Conforme um estudo da KPMG, 86% das 100 empresas com maiores receitas do Brasil estão informando em seus relatórios sobre as práticas de ESG. Deste grupo, 90% das companhias divulgam metas de redução de emissões de carbono. Este cenário se mostra cada vez mais desafiador, visto que suas operações não são mais analisadas apenas pela perspectiva financeira, mas também sobre o tripé de ESG.
“Apesar de ser um tema em voga e de importância reconhecida, muitas empresas sentem dificuldades na estruturação dos programas de ESG, seja na definição da materialidade, no acompanhamento de atualizações da lei, na avaliação de riscos e na descoberta de oportunidades e de impactos de suas operações”, afirma a advogada Nahima Razuk, fundadora do Razuk Barreto Valiati, consultora em Direito Público e especialista em Direito Administrativo, Direito Ambiental e Direito Econômico.
Nahima ressalta que a atuação de cada organização deve estruturar as suas ações de forma estratégica, considerando a operação e os impactos causados ao meio ambiente, especialmente em sua área de atuação. “Na perspectiva das empresas, os relatórios e as informações sobre ESG permitem trazer dados concretos sob sustentabilidade e responsabilidade corporativa, além das ações tomadas para mitigar os impactos causados”, analisa a especialista.
No Brasil, uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI) destacou os 5 principais motivos pelos quais as fábricas estão integrando o ESG às operações: fortalecimento do relacionamento com stakeholders (44%), uso sustentável de recursos naturais (39%), melhoria na gestão de riscos corporativos (36%), aumento de competitividade (33%) e atendimento à legislação (28%).
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Na sexta posição, aparece um fator que tem se destacado cada vez mais na visão das organizações brasileiras: as mudanças de padrão do mercado consumidor. “Há uma mudança de percepção global na responsabilidade corporativa das organizações em relação ao meio ambiente, às pessoas e ao respeito à legislação, exigindo, inclusive, boas práticas na comprovação das atividades que contemplam o ESG”, destaca Nahima Razuk.
Entre os grupos que mais influenciam a busca pela responsabilidade socioambiental das empresas, aparece, em primeiro lugar, o mercado consumidor, com 71,6% das menções das indústrias. Na sequência, estão o conselho de administração (63%), acionistas (54%), colaboradores (49%) e fornecedores (31%), contemplando o top 5 de perfis.
“Empresas que queiram se manter competitivas e relevantes no mercado deverão integrar as boas práticas de ESG as suas rotinas. Este cuidado gera benefícios como a mitigação de riscos, a valorização da marca, a abertura de mercados internacionais, o uso sustentável de recursos naturais e a ampliação da competitividade”, completa Nahima.
*Imagem de capa: Depositphotos
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