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Especialistas de diversas áreas reuniram-se para discutir os caminhos que o país pode trilhar rumo a uma economia mais sustentável e baseada em energias limpas. Entre os pontos debatidos, destaca-se a ideia de descentralização das cadeias produtivas globais, a valorização da matriz energética nacional e a capacidade de desenvolver tecnologias verdes como vantagens competitivas do Brasil. Temas como parcerias internacionais, metas de sustentabilidade e a busca por preços competitivos na energia renovável emergiram como estratégias cruciais.
Na conferência Powershoring e a Neoindustrialização verde do Brasil – Perspectivas, Potencial, Políticas Públicas e Privadas, realizada em Brasília na última semana, a inovação tecnológica também se mostrou essencial, com a digitalização da indústria apontada como um meio para aumentar a produtividade e garantir a proteção dos dados em um cenário de transição ecológica. Esses insights destacam um compromisso crescente com a transformação verde e abrem perspectivas instigantes para a redefinição da indústria brasileira.
O evento foi organizado pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Nordeste (BNB) e o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF).
Durante o encontro, especialistas apontaram várias maneiras do Brasil despontar devido à sua matriz energética e capacidade de desenvolver tecnologias verdes.
Robson Andrade, presidente da CNI, lembrou que cada R$ 1 produzido pela indústria brasileira fomenta R$ 2,44 na economia como um todo. E esse números podem aumentar se o Brasil aproveitar as oportunidades do desenvolvimento verde.
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A exemplo disso, está o repasse de até US$ 600 milhões, que será feito pelo CAF para BNDES e BNB, para linhas de crédito voltadas a plantas industriais de energia renovável.
“Nós não podemos apenas receber os investimentos, temos que saber como agregar valor à economia e como a indústria se incorpora nessa cadeia”, disse José Luis Gordon, Diretor de Desenvolvimento Indústria, Inovação e Comércio Exterior do BNDES. Para Gordon, também é importante que as indústrias desenvolvam tecnologias no país, tragam seus centros de pesquisa e utilizem a cadeia produtiva brasileira.
Para os especialistas, outro fator essencial para guiar os investimentos no Brasil é a agenda de sustentabilidade, e esses investimentos deverão ser feitos por meio de parcerias internacionais.
Rodrigo Sauaia, CEO da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, disse que além de aproveitar o programa do governo federal que está sendo desenvolvido tanto na área de transição energética quanto de transformação ecológica, é preciso colocar uma meta para 2026: “5 milhões de telhados fotovoltaicos. Já temos 2 milhões”, afirmou.
Já Mônica Panik, Mentora da Mobilidade a H2 da SAE Brasil, ressalta que na transição energética, país que tem potencial de energia renovável é o país rico.
“O país que tem um preço de energia renovável a 25 dólares o kW já promove a competitividade com aqueles que utilizam insumos fósseis. O Brasil está bem perto disso. No mercado livre, estamos na faixa dos 30, 35 dólares. É preciso baixar”.
Outro ponto importante mencionado na conferência, foi a questão da produtividade da indústria. Para Luis Mosquera, vice-presidente Jurídico, Relações Governamentais e Sustentabilidade da Siemens, “a produtividade da indústria só vem com ferramentas de digitalização. A gente precisa garantir a educação digital para os nossos trabalhadores, trazer as pequenas e médias empresas para dentro das ferramentas tecnológicas e a gente precisa garantir um arcabouço regulatório em segurança cibernética que garanta a proteção dos dados”.
*Imagem de capa: Depositphotos
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