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Cerca de US$ 1,7 bilhão em matérias-primas, como ouro e metais raros, e outros materiais deixam de ser descartados corretamente na América Latina, segundo um estudo da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial, Unido. A pesquisa da Agência da ONU mostra que apenas 3% do lixo eletrônico da América Latina é descartado da forma correta e tratado de uma maneira que respeita o meio ambiente. A pesquisa da Unido avaliou situação em 13 países da região, incluindo Argentina, Chile e Peru.
O documento nota que resíduos e materiais eletrônicos estão entre os tipos de lixo que crescem de forma mais rápida no mundo, ameaçando o desenvolvimento sustentável. Segundo a entidade, não há monitoramento dos demais 97%, sendo que muitos materiais contêm ouro e outros metais preciosos e poderiam ser recuperados, com valor equivalente a US$ 1,7 bilhão por ano.
De acordo com o relatório, o lixo eletrônico nos 13 países avaliados cresceu 49% entre 2010 e 2019, mas apenas 3% desse material foi coletado e descartado de forma segura. A Unido explica que as pessoas que reciclam lixo de modo informal muitas vezes acabam fazendo uma seleção e pegando alguns elementos valiosos destes eletrônicos, mas a maior parte, 97%, é descartada de forma inapropriada.
O lixo eletrônico gerado por 206 milhões de pessoas nos países analisados, em 2019, atingiu a marca de 1,3 megatoneladas, sendo que 30% eram plástico. Este volume tem peso similar a uma linha reta de 670 km de extensão formada por caminhões 40 toneladas totalmente carregados.
O lixo eletrônico é formado por várias substâncias perigosas e segundo a Unido, nos países analisados, esses materiais têm 2,2 kg de mercúrio, 600 kg de cádmio, 4,4m kg de chumbo e 5,6 megatoneladas de gases de efeito estufa. Por isso, quando essas substâncias são descartadas sem nenhum cuidado, os riscos para a saúde ambiental são muito altos.
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Mas por outro lado, tratar o lixo eletrônico de forma adequada para trazer oportunidades econômicas. Segundo a Unido, o e-waste gerado na América Latina em 2019 continha 7 mil kg de ouro, 310 kg de metais raros, 591m kg de ferro, 54m kg de cobre e 91m kg de alumínio, valendo US$ 1,7 bilhão em matéria-prima secundária.
Entre os países analisados, apenas Costa Rica, Equador e Peru tem legislação específica sobre o descarte de materiais eletrônicos. A Unido faz um apelo às nações latino-americanas para introduzirem leis obrigando o manejo sustentável do lixo eletrônico.
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