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O Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, lançará seu primeiro foguete comercial feito a partir de contrato de uma empresa privada. A expectativa é que o lançamento do foguete sul-coreano HANBIT-TLV, da Innospace, fosse no dia 19 de dezembro, mas a programação foi adiada. O anúncio da nova data ainda não foi feito.
A operação foi batizada de Astrolábio e tem a participação da Força Aérea Brasileira (FAB), da Agência Espacial Brasileira (AEB), autarquia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e da Innospace, startup sul-coreana de veículos lançadores de satélites.
O presidente da Agência Espacial Brasileira, Carlos Augusto Teixeira de Moura, explicou que a ideia é que, a partir desse lançamento pioneiro, ocorram vários outros, não só da própria Innospace, mas também de outras empresas. Agora, o foguete sul-coreano fará apenas um voo suborbital utilizando um motor, mas depois a Innospace realizará lançamentos mais complexos, até atingir a condição de colocar satélites em órbita.
Além de ser considerada um marco, a operação Astrolábio trará ganhos para os dois agentes envolvidos, como explicou o presidente da AEB. “Essa operação tem dois objetivos, um é do operador do veículo, a Innospace, que vai testar em voo um motor inédito, a propulsão híbrida, por ele desenvolvido. Do nosso ponto de vista, é nós utilizarmos o centro de lançamento como um espaço porto, atendendo um cliente externo. Mais ou menos como um aeroporto internacional quando recebe um avião de linha aérea vindo do exterior. É uma ótima oportunidade de qualificarmos nossos sistemas em proveito de uma operação privada”, disse.
Na última quinta-feira (15/12), o Centro de Lançamento de Alcântara realizou, de forma bem-sucedida, o primeiro teste vertical para o lançamento do foguete sul-coreano. No dia 3 de dezembro, as partes do foguete da Coreia do Sul chegaram no aeroporto internacional de São Luís (MA), em um Boeing 747. As mais de 8 toneladas de componentes foram transportadas em 3 carretas até a cidade de Alcântara (MA).
Uma empresa canadense já planeja fazer lançamento a partir de Alcântara em meados de 2023 e há outros em negociação. Possivelmente, ainda no segundo semestre uma terceira empresa privada lance do espaço porto de Alcântara, segundo Carlos Augusto Teixeira.
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O uso do Centro de Lançamento de Alcântara e a retomada do Programa Espacial Brasileiro foi uma das prioridades do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação desde 2019. Uma das primeiras medidas foi atuar junto ao Congresso Nacional para a aprovar do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST), que estava parado há 20 anos. Em outubro de 2019, o acordo foi aprovado na Câmara e no Senado.
O AST é um acordo em que o Brasil se compromete a proteger as tecnologias americanas usadas em componentes embarcados em foguetes ou satélites que serão lançados do Centro de Lançamento de Alcântara.
O passo seguinte do ministério foi a criação de uma Comissão de Desenvolvimento Integrado e um Programa de Desenvolvimento, que reuniu membros dos governos Federal, estadual e municipal além da comunidade da região para adotar políticas que direcionem o potencial econômico e social do Centro de Lançamento para a cidade e sua população.
Em outra frente, a Agência Espacial Brasileira revisou normas de licenciamento e lançou um edital para identificar o interesse privado na utilização do Centro de Lançamento de Alcântara, em que foram habilitadas quatro empresas, o que permite o lançamento atual da Innospace.
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