NASA testa com sucesso protótipo de nave que absorve energia de alto impacto

O sistema foi inspirado nos sistemas de proteção dos automóveis.

Engenheiros da NASA testaram um protótipo de nave antichoque para chegar à superfície de Marte. De acordo com o site Inovação Tecnológica, o projeto de aterrissagem experimental SHIELD, sigla para Simplified High Impact Energy Landing Device, em vez de desacelerar a descida de alta velocidade de uma espaçonave, conta com uma base que é um atenuador deformável. 

Com isso, a estrutura em formato de pirâmide invertida feita de anéis de metal, atua como zona de deformação, absorvendo a energia do impacto no solo.

Protótipo usa uma base desmontável semelhante a um acordeão que atua como a zona de deformação de um carro para absorver a energia de um forte impacto. Imagem: NASA/JPL-Caltech

Reduzir custos

Caso o estudo seja validado isso pode representar uma redução significativa no custo das explorações em Marte. Sem contar que, com a técnica simplificada, seria possível ampliar os locais de pouso de sondas menores.

"Achamos que poderíamos ir para áreas mais traiçoeiras, onde não gostaríamos de tentar colocar um rover de bilhões de dólares com nossos atuais sistemas de pouso", disse Lou Giersch, gerente do projeto. "Talvez possamos até pousar vários deles em diferentes locais de difícil acesso para construir uma rede".

Minimizar impactos

Para desenvolver este projeto, os engenheiros da NASA foram buscar inspiração nos sistemas de proteção dos automóveis, que hoje são construídos não apenas com para-choques, mas com um complexo sistema de deformação, projetado para minimizar a transferência do impacto para a cabine de passageiros.


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"Os testes que fizemos para a SHIELD são como uma versão vertical dos testes de trenó. Mas, em vez de uma parede, a parada repentina é devido a um impacto no solo," contou Velibor Cormarkovic, membro da equipe, ele próprio egresso da indústria automobilística, onde trabalhava nos testes de impacto dos carros - o trenó a que ele se refere é um sistema de propulsão usado para arremessar os carros contra uma parede, poste, outro veículo etc.

Os testes estão sendo feitos na torre de queda livre do Laboratório de Propulsão a Jato, que mede 27 metros. O protótipo atingiu o solo a 177 km/h, exatamente a velocidade que um módulo de pouso em Marte atinge perto da superfície depois de ser desacelerado pelo arrasto atmosférico de sua velocidade inicial de 23.300 km/h quando entra na atmosfera do planeta.

Ao abrir o protótipo e recuperar a carga eletrônica simulada, a equipe notou que todos os aparelhos a bordo - um celular, um rádio e o próprio acelerômetro - não estavam danificados.

"O único hardware que foi danificado foram alguns componentes de plástico, com os quais não estávamos preocupados. No geral, este teste foi um sucesso," disse Giersch.