Montadora chinesa investe R$ 260 milhões em fábrica de ônibus elétricos no Ceará

Projeto de montagem local prevê o abastecimento de todo o mercado sul-americano.

Por enxergar potencial no mercado de ônibus elétricos no país, o Grupo Higer Bus, da China, vai investir US$ 50 milhões (cerca de R$ 260 milhões) em uma fábrica de ônibus elétricos na região de Pecém, em Fortaleza (CE).

De acordo com informações da Folha de Paulo, a empresa já investiu US$ 10 milhões (cerca de R$ 50 milhões) na produção de um veículo destinado ao mercado brasileiro. O veículo acaba de ser homologado, e o plano inclui oferecer, num segundo momento, ônibus a hidrogênio montados em território nacional.

No futuro, o grupo prevê também, caminhões pesados movidos com o combustível localmente. No Brasil, a companhia é representada pela TEVX Motors Group.

Plano de expansão

“Identificamos o Brasil e a América do Sul como os maiores mercados no segmento de ônibus urbanos. Em seu plano de expansão, a Higer viu a oportunidade de entrar nesse negócio, principalmente com o projeto de eletrificação dos ônibus de São Paulo”, afirma o diretor geral da Higer Bus para América do Sul, Marcelo Barella.

O executivo destaca que a prefeitura de São Paulo tem como compromisso comprar 2,6 mil ônibus elétricos até 2024, o que deve trazer uma importante demanda para o segmento. São José dos Campos (SP) também tem planos de ter uma frota de ao menos 400 ônibus urbanos.E cidades como Curitiba, Niterói, Recife e Salvador também já iniciaram planos de eletromobilidade.

Início da operação

De acordo com a publicação, a fábrica do Ceará deve começar a operar em 2024, com capacidade inicial de 300 a 400 ônibus por ano e investimentos da ordem de US$ 20 milhões (R$ 103 milhões). A linha será de ônibus 100% elétricos plug-in (a bateria, carregados diretamente na tomada).

Além disso, a expectativa é dobrar a produção entre 2026 e 2027, quando o segundo estágio da planta – que consumirá investimentos de US$ 30 milhões (R$ 155,3 milhões) – entrará em operação.


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Segundo o executivo, a empresa escolheu trabalhar no Brasil com a linha pesada – por isso, os modelos a bateria não fazem sentido, pois quanto maior o caminhão, maior a bateria e, consequentemente, menor a capacidade de carga. Escolhemos o Ceará porque identificamos que, hoje, é o maior polo de desenvolvimento de hidrogênio do país”.