Tecnologia e crianças: existem consequências?

O uso excessivo da tecnologia ocupa parte do tempo que as crianças deveriam aproveitar para a interação com os seus pares, buscando assim fortalecer o desenvolvimento psicomotor.

“A partir dos cinco anos, isso é realmente fundamental para que os processos cognitivos de ordem superior possam ocorrer sem nenhuma dificuldade”, explica Eulises Domínguez, especialista em Psicologia Clínica.

Em meados de novembro de 2021, a China limitou o tempo que as crianças podem passar com os videojogos a três horas por semana. Diante disso, os distribuidores estarão proibidos de prestar serviços a menores fora do horário estabelecido. Quando você conheça a máquina caça níquel não duvidará de ficar na nossa plataforma segura e confiável.

Por outro lado, há vários meses o Facebook estava no olho do furacão depois de algumas revelações expostas pelo The Wall Street Journal, que publicou um artigo focado em dados que sugeriam que o Instagram tinha um efeito prejudicial na saúde mental dos menores, considerando-o "tóxico". Após essa polêmica, a empresa atrasou o lançamento do 'Instagram Kids'.

O profissional de saúde considera que estar constantemente atrás da tela impedirá que a criança tenha uma comunicação assertiva. Os pais têm uma grande responsabilidade na promoção destes espaços “através de conversas em família, utilização de jogos de tabuleiro, atividades ao ar livre ou visitas”. Todos os recursos que envolvem exercício mental e tomada de decisão são benéficos.

Segundo o especialista, vários estudos revelaram que as crianças que passam muito tempo jogando videojogos tarde na noite tendem a ficar cansadas nas primeiras horas da manhã, dificultando a atenção focada e sustentada durante as aulas.

Quanto aos efeitos físicos, longas horas sentadas em frente ao computador fazem com que as crianças assumam posturas corporais inadequadas por permanecerem tanto tempo curvadas, gerando cãibras nas costas ou no pescoço. Em casos extremos, os dedos também podem ser afetados. Além disso, foi constatado que as crianças que forçam muito a visão, a longo prazo, são propensas a desenvolver problemas como miopia ou astigmatismo.


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“Há casos de crianças com excesso de peso que, por focarem a atenção nos aparelhos, não sabem a quantidade de alimentos que consomem e com que regularidade o fazem, mas também vemos crianças que têm dificuldades nutricionais porque comem pouco ou qualidade da alimentação, a alimentação não é adequada”, disse o psicólogo.

Por sua vez, Domínguez refere-se a estudos contemporâneos que afirmam que os efeitos da luz azul que sai dos aparelhos têm efeitos no sono. Ele explica que “para dormir é preciso a ausência de luz porque isso estimula a melatonina do cérebro e nos que induza a dormir”.

Alguns pais recorrem à tecnologia como acompanhante dos menores, sob a percepção de que a criança “não molestarão” ao estar “entretida”, gerando uma individualização que isola as crianças, e em determinadas circunstâncias pode levar a quadros depressivos ou transtornos de ansiedade no menor. Os cânones da beleza como resultado da comercialização estética estão implicados nesse problema, pontuado também pela sexualização.

“Há elementos que entram em jogo como a representação do sujeito nos cenários das redes sociais, a angústia de quão popular sou, quantos ‘likes’ tenho, a forma como quero me ver, o que pode causar uma dependência em torno da própria imagem”. Em menores, muitas vezes, não há critérios para filtrar informações de qualidade ou que ameacem a sua integridade, sendo necessária a regulação e a alfabetização no consumo tecnológico.

De acordo com uma pesquisa de Tecnologias da Informação e Comunicações nos Domicílios realizado em 2020, dos menores que utilizam a internet, 57,2% a nível nacional o fazem acompanhados por um adulto, 58,8% nas capitais e 49,5% nos centros povoados e rurais dispersos. "Quanto aos chefes de família, foram questionados sobre o uso de alguma ferramenta digital de controle parental, que no total nacional, 14,6% o fazem."


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