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Empresas do Cluster Aeroespacial Brasileiro estão disponibilizando suas equipes e infraestruturas para apoiar e desenvolver projetos contra a pandemia de Covid-19. Entre as associadas, 29% estão agindo de forma direta, por meio de desenvolvimento de itens que vão de máscaras, protetores e peças de respiradores até monitoramento de estruturas críticas e criação de tecnologias para iluminar hospitais de campanha.
Há ainda empresas à disposição para fazer parte de projetos, por meio de serviços como usinagem e corte a laser de peças, manufatura, estudo e desenvolvimento de projetos, impressão 3D, modelagem e simulações, tratamento de dados e testes, entre outros serviços e expertises.
“O Cluster está promovendo discussão e identificação de empresas que possam apoiar e atuar na condução de soluções, total ou parcialmente, e para gerar uma interação das próprias empresas que estão desenvolvendo itens para combater a pandemia”, explica Marcelo Nunes, coordenador do Cluster Aeroespacial Brasileiro.
Uma iniciativa pessoal do CEO da Thyssenkrupp Autômata, umas das associadas ao Cluster, é a fabricação de máscaras “face shield”: 5.000 unidades serão entregues na região nesta semana. Até 17 de abril mais 100.000 unidades serão enviadas para a cidade de São Paulo. A montagem dos protetores faciais está sendo realizada a partir da fábrica, em Taubaté (SP), e de lá será enviada para as secretarias de saúde e hospitais do estado. O projeto envolve outras empresas de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
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Já a Planifer Ferramentaria faz parte do grupo de empresas, encabeçado pela Embraer, que está desenvolvendo ventiladores pulmonares. “São peças de alto requisito tecnológico e com necessidade imediata para entregas. É momento de união e parceria entre as empresas do setor aeroespacial, em busca deste objetivo”, diz Dirço Junior, diretor industrial da empresa.
A expectativa é de que até o fim de abril sejam fabricados 5.000 aparelhos, que dependem da produção das peças usinadas pelos parceiros. A iniciativa envolve oito empresas do setor aeroespacial da RMVale e de Campinas – quatro delas são associadas ao Cluster.
O Cluster também está em contato com associações e entidades, como a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), a Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo, municípios da Região Metropolitana do Vale do Paraíba, com o apoio da AGEMVALE, e outros APLs da área da Saúde, para identificar demandas e projetos para os quais as empresas do setor aeroespacial possam contribuir.
"A partir de uma reunião com as empresas, muitas declararam ter total interesse em participar das iniciativas já existentes e isso nos abriu um importante horizonte de atuação", explica Marcelo Nunes.
A Alltec, fabricante de peças em materiais compostos sediada em São José dos Campos (SP), está fabricando aproximadamente 150 protetores faciais por semana. Uma parte foi doada ao Hospital São Francisco de Assis, de Jacareí e mais itens serão repassados às secretarias de saúde dos municípios da região do Vale do Paraíba.
A Altave coloca à disposição suas tecnologias para monitoramento de estruturas críticas e de iluminação para hospitais de campanha. Seus balões de iluminação atendem a hospitais de campanha, que necessitam ser instalados rapidamente e podem ser reaproveitados. Os balões oferecem uma iluminação difusa de 360º, que não ofusca a vista de trabalhadores, têm capacidade de iluminar até 22.500 m² e são alimentados por baterias que duram até 12 horas. A solução de monitoramento aéreo permite a substituição de dois postos de vigilância por um único balão, com redução de custo e aumento de aproximadamente 300km² de área coberta. A empresa também está estudando soluções para medição de temperatura com termômetro de câmera infravermelha para detecção de indivíduos suspeitos de infecção.
A Cecil S/A Laminação de Metais está implementando de forma voluntária revestimento de cobre antibacteriano em itens de maior contato em hospitais e centros de saúde. De acordo com a empresa, o cobre tem grande propriedade antimicrobiana e há diversas pesquisas que comprovam a eficiência do material na redução da densidade de contaminação em diversos locais.
A Globo Usinagem também foi convidada pela Embraer para desenvolver peças para os 5.000 respiradores pulmonares.
O Grupo Serco criou uma ação solidária no entorno da fábrica e vem distribuindo álcool em gel para as residências da vizinhança.
A consultoria Aerospace Brazil Certifications criou uma hot line gratuita para suporte psicológico de pessoas em quarentena e está divulgando vídeos com especialistas sobre o tema.
O Cluster Aeroespacial Brasileiro é gerido pelo Parque Tecnológico São José dos Campos e foi formado em 2006. É o único do país e reconhecidamente o mais importante da América Latina. As empresas respondem ao todo por mais de 15.000 postos de trabalho, além da Embraer, também associada e que tem aproximadamente outros 15.000 empregos diretos. As empresas, em sua maioria, atuam em engenharia, aviônicos, ferramental, logística, indústria e manufatura, defesa, espaço e segurança.
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