Coronavírus impacta produção de eletrônicos em Manaus

As indústrias de eletroeletrônicos da Zona Franca de Manaus têm estoque de componentes somente para as duas primeiras semanas de março, mais um reflexo do surto do novo Coronavírus, que impacta o fornecimento de insumos vindos da Ásia.

Segundo o jornal A Crítica, cerca de 50 empresas localizadas na região, sendo a maioria do setor de eletroeletrônicos, terão que realizar férias coletivas ou licença remunerada caso os materiais não cheguem até o dia 15 de março.

Os segmentos mais afetados são os de celulares e computadores, com a estimativa de que mais de 90% dos insumos de eletrônicos e de outros produtos que utilizam componentes eletrônicos são produzidos na China. 

A situação mais crítica seria nas empresas Cal-Comp Indústria de Semicondutores, LG e Flextronics, que fabrica os aparelhos da Motorola e já deu férias coletivas a parte dos funcionários.

Ainda de acordo com a publicação, o maior foco do problema estaria concentrado nos insumos que chegam ao Brasil por transporte aéreo, considerados de maior valor agregado, e que já se encontram perto de volumes críticos.

Segundo com um levantamento realizado pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), 57% das fabricantes de eletroeletrônicos e de tecnologia da informação já apresentam problemas no recebimento de componentes. 

Na fábrica da LG em Taubaté, São Paulo, 330 trabalhadores estão em casa por dez dias,  desde dois de março.

A Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM) afirma, no entanto, que os estoques costumam ser maiores e, se alguma paralisação acontecer, será no final de abril ou início de maio.

Já o site Tele Síntese alerta para o impacto da falta de matéria-prima nos preços de celulares para o Dia das Mães, uma das datas que mais movimenta o comércio no país.


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De acordo com A Crítica, o polo de eletroeletrônicos faturou R$ 5,9 bilhões entre janeiro e outubro de 2019, valor que corresponde a 26,7% da receita total do polo industrial de Manaus, de R$ 86,7 bilhões. 

Em segundo lugar, vêm os bens de informática, com R$ 5 bilhões e 22,9% de participação.