Startup brasileira fica em 2º lugar em concurso de inovação em Tóquio

Um software para automação de protocolos médicos garantiu à Mindify a segunda colocação no 10º Concurso Aberto de Inovação, evento realizado em Tóquio há três semanas pela NTT Data, provedora japonesa de serviços de tecnologia. Com a vice-liderança, a startup goiana não recebeu prêmio em dinheiro, mas acumulou uma lista de 40 investidores interessados em uma fatia do negócio. A 1ª colocada no concurso foi israelense Binah.ai, de Tel Aviv, que utiliza leitura facial para analisar a saúde das pessoas.

"Nunca recebemos investimento, só verba para amparo à pesquisa. Dos 40 contatos de investidores que recebi, estou analisando quatro. Além disso, recebi proposta para levar meu produto para o Japão, Inglaterra, Chile, Portugal e México”, comemorou André Ramos, CEO da startup, que se inspirou no trabalho do irmão Adriano, que é neurocirurgião.

O setor de saúde, contudo, nem sempre fez parte da identidade da Mindify. A startup foi criada há 10 anos para atuar no setor de esportes, mas o engenheiro da computação acabou pivotando o negócio após perder contratos públicos para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, sediadas no Brasil. “Vencemos um edital, mas o governo cancelou o contrato porque achou que não seria mais necessário. Como a gente não tinha apoio público, também perdemos outros clientes”, recordou.

Dos campos de futebol aos hospitais

Em 2017, Ramos desfez a sociedade da startup de esportes e deu uma nova roupagem à Mindify — que, desde então, se tornou uma healthtech. Após a reestruturação do negócio e adaptação da tecnologia, o software para protocolos médicos passou a ser comercializado no final do ano passado. “Os médicos perdem 70% do tempo preenchendo prontuários médicos. Simplificamos esse processo com inteligência artificial”, explicou.

Ramos deve abrir um escritório em São Paulo até o final do ano, o primeiro fora de Goiânia, e prevê um faturamento anual de R$ 2 milhões. Entre os clientes da Mindify, estão Hospital do Coração, Unimed Belo Horizonte, Hospital São Paulo e Faculdade de Medicina de Botucatu. “Em 2021, queremos inaugurar um escritório no Japão, país que abriu as portas do mundo para a gente”, concluiu.


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