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"Nós temos muita força nos EUA, e na América do Sul também, e entendemos que a fábrica de Aveiro tem características que podem ser muito úteis para fornecer o mercado norte-americano", afirmou o CEO da Tupy numa entrevista à agência Lusa.
Fernando Rizzo falava à Lusa dias após o anúncio do acordo para aquisição pela multinacional brasileira do negócio global de componentes em ferro fundido da Fiat Chrysler Automobiles, que é operado pela sua subsidiária Teksid.
Ainda pendente da autorização das autoridades competentes e com concretização prevista para o segundo semestre deste ano, o negócio inclui as fábricas que a Teksid detém no Brasil, México, Polónia e Portugal (em Cacia, Aveiro), assim como a participação da Teksid numa 'joint venture' na China e um centro de engenharia e escritório comercial nos EUA.
De fora da transação fica o negócio de alumínio da Teksid, que vai permanecer como parte da Fiat Chrysler Automobiles.
Descrevendo a unidade de Cacia como "uma excelente fábrica", Fernando Rizzo nota que atualmente a unidade "atende praticamente só a Fiat Chrysler e, em menor medida, a GM [General Motors], a Renault e alguns outros clientes menores para peças mais pequenas".
Contudo, destaca, é "uma fábrica competitiva" que apresenta um grande potencial de desenvolvimento, sendo por isso objetivo da Tupy que alargue a sua atividade do atual segmento da fundição para a fase seguinte, de usinagem.
"Entendemos que há oportunidade de acrescentar valor ao produto e ir além da fundição, para os processos seguintes na fabricação dos componentes, que é a usinagem", explicou Fernando Rizzo.
Conforme explicou, trata-se de uma área "que a Tupy domina" -- atualmente a empresa "usina praticamente 25% de tudo o que fabrica", entregando aos clientes "produtos quase acabados e prontos para a montagem" - enquanto a Teksid (onde está ainda integrada a fábrica de Cacia) "não usina nada do que fabrica".
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"É uma fase seguinte de agregação de valor ao produto que gera investimentos e empregos", sustentou, assumindo o propósito de "trazer mais produtos e melhorar a eficiência" da operação de Portugal, que dá emprego a 400 trabalhadores e produz 40 mil toneladas/ano.
No âmbito desta aposta no fabrico em Cacia de componentes estruturais (usados na estrutura dos equipamentos, como suspensões, travões ou cabines), o presidente da Tupy pretende que a empresa aposte nas exportações para o mercado norte-americano, propondo-se ainda "avaliar outros mercados" internacionais.
"A fábrica de Aveiro tem uma logística favorável, está próxima de um porto importante [Aveiro] e vai conseguir fazer envios de forma eficiente para os EUA e o resto da Europa", nota Fernando Rizzo.
Da "muito breve visita" que fez à fábrica de Portugal, o empresário brasileiro reteve o facto de se tratar de uma unidade "muito bem construída, equipada e tradicional", com "uma equipa de trabalhadores muito qualificados e comprometidos".
"O corpo técnico da companhia em Portugal e o seu envolvimento foram muito destacados pela Teksid. Por isso, entendemos que tem um ambiente muito favorável ao crescimento", sustentou.
Convicto de que a Tupy "vai aprender muito sobre o mercado europeu" com a equipa portuguesa, Fernando Rizzo entende que "todos vão ganhar com essa operação, porque a Tupy é uma empresa focada neste setor, enquanto antes a empresa pertencia a um grupo que tem outros planos e outros interesses".
"Poderíamos ter escolhido um investimento a partir do zero, mas entendemos que não faria sentido e que era melhor apostar num corpo técnico bem formado. A nossa expectativa é que o negócio seja aprovado durante o segundo semestre deste ano e a partir daí é que vamos assumir a fábrica de Aveiro", concluiu.
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