Fonte: Energéticas - 04/09/07
A Comissão Européia nega que a alta nos preços dos alimentos nos últimos meses nos países ricos esteja sendo causada pelo incremento da produção do etanol no mundo. Desde o primeiro semestre, o mercado europeu tem visto um aumento nos preços do leite, pão, carnes e cereais, por exemplo. Bruxelas, porém, pede que os consumidores continuem comprando os produtos na região, insinuando que nem sempre os importados - como os do Brasil - seguem os padrões de saúde animal e de meio ambiente da Europa.
Empresários, organizações internacionais e autoridades apontaram o etanol como o responsável pela elevação dos preços. Até a Nestlé, maior fabricante de alimentos do mundo, tem essa opinião. O etanol estaria desviando terras destinadas à produção de alimentos para cultivos que vão para as usinas de combustível, como milho, trigo ou cana. Para a comissária de Agricultura da União Européia (UE), Mariann Fischer Boel, o motivo da alta não é o biocombustível.
"Mais significativo que isso é a queda de produção em várias partes do mundo, o clima inadequado na Europa e a maior demanda do leste da Ásia." Segundo ela, o impacto do etanol nos preços é apenas "marginal".
Para Bruxelas, as variações de preços ainda ocorrem por causa das forças do mercado, o que prova que as reformas nos subsídios europeus estão ocorrendo e que os fazendeiros terão de ser mais produtivos para responder às novas condições.
A comissária admite que a alta vem afetando os consumidores. Só o leite teve aumento de 8% em um mês. Ela não deixa de insinuar, porém, que parte do aumento pode estar vindo dos supermercados, que aproveitam a situação para cobrar mais do que seria necessário. "A contribuição de produtos agrícolas não processados no preço final de alimentos como o pão é relativamente pequena. Portanto, espero que os supermercados tomem atitudes responsáveis."
No caso da carne, a representante da UE reconhece que os produtores podem sofrer com a alta de alguns preços, não só na Europa. "Produtores de carne suína e de frango de todo o mundo estão sendo afetados pelos altos preços dos cereais, mesmo para competidores com baixos custos, como o Brasil."
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