A idéia pode parecer simples: gerar algum tipo de movimento a partir de uma fonte de energia. A grande diferença é a construção de motores de veículos, tanto terrestres, marítimos, aéreos, dentre outros, com uma fonte de energia limpa e sem danos ao ambiente, usando o ar-ar/vácuo, com uso de um pistão ou qualquer outro sistema.
O projeto é obra do engenheiro mecânico Marcos Scarsi, que já atuou em grandes empresas como Magneti Marelli, KS, Bosch e Valeo, e passou a criar, nas horas vagas, um sistema gerador de movimento utilizando combinações do ar em condições de sobrepressão e vácuo.
Em paralelo com outros projetos de Scarsi, como injeção de plástico e peças de usinagem, o sistema se destaca por ser uma proposta ecologicamente correta para geração de energia e construção de motores. “A gente ouve muito sobre aquecimento global, a escassez do petróleo e meios alternativos, então surgiu à idéia de projetar uma solução real para o problema”, justifica. O engenheiro explica que o sistema poderia gerar energia com diversos fins. Ao invés de acender uma lâmpada, decidiu montar num sistema de motor de carro por acreditar que chame mais a atenção de investidores.
O carro não precisaria abastecer. O projeto teria um gerador de energia auto sustentável, sem uso de embreagem, apenas acelerador e freio. Além de ser seguro, por não utilizar combustível inflamável. “Outra aplicação é o carro híbrido, ou seja, o motorista pode acionar o sistema para manter a velocidade e trocaria para combustível comum quando a situação exigisse mais potência”, lembra Scarsi. O projeto pode ser aplicado em vários outros modelos: carrinho de criança, de golfe, para pessoas com necessidades especiais ou mesmo para transporte de material dentro da indústria.
Quando escreveu a patente, no início de 2006, Scarsi começou a construir o protótipo, reutilizando cerca de 80% do material que já tinha e, com o apoio do Senai de Campinas, conseguiu empréstimo de equipamentos pneumáticos. Até agora, o engenheiro investiu R$500, e para botar o veículo em movimento, com um volante, freios e carenagem, custaria até R$2 mil. O projeto já foi avaliado pela Unicamp e Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais e tem prazo para terminar em junho, quando o engenheiro apresenta provas de performance em empresas e universidades.
Marianna Wachelke
Fotos: Scarsi
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