Ford se prepara para novo investimento no Brasil

Aporte anterior, de US$ 4,5 bilhões, se encerrou em 2015.

O último ciclo de investimento da Ford no Brasil, de US$ 4,5 bilhões, começou a ser aplicado em 2010 e foi encerrado em 2015. Parte do aporte contemplou importantes mudanças na operação brasileira, como a implementação dos primeiros conceitos de indústria 4.0 na fábrica de Camaçari (BA), uma das mais modernas que a empresa possui no mundo, incluindo sua fábrica de motores instalada na mesma área. A unidade baiana, responsável pela produção do EcoSport e do Ka nas suas versões hatch e sedã, deve continuar recebendo investimento para sua contínua modernização.

“Já estamos preparando o próximo”, afirma o gerente do complexo industrial da Ford Nordeste, Silvio Illi, ao ser questionado sobre o próximo ciclo de investimento no País, contudo, sem mencionar quando a montadora pretende fazer o anúncio.

Inaugurado em 2001, o complexo industrial de Camaçari é um dos poucos no Brasil que atualmente trabalham em três turnos e no limite máximo de sua capacidade: são 47 carros produzidos por hora, 1.042 por dia, 250 mil por ano. Segundo Ille, aumentar a capacidade é uma questão de reação do mercado: “Vai depender do avanço da economia”, pondera.

A planta ganhou importância global ao produzir o novo EcoSport, projeto global desenvolvido pela operação brasileira. Foram cerca de quatro anos desde a concepção até o lançamento, este ano. A produção nacional é responsável por abastecer o mercado latino-americano. Para fazer a nova geração do SUV, a fábrica de Camaçari passou a contar com alto grau de automação e modernização. Na linha de estampagem, por exemplo, 75% dos processos são robotizados. Com mais de 600 robôs, de US$ 100 mil cada um, o processo de armação de carrocerias (solda) é todo feito por gerenciamento eletrônico via intranet. 

“O monitoramento é capaz de rastrear o que está sendo produzido, o tipo de modelo, a versão e até para qual revenda ele está destinado”, explica o gerente de manufatura da fábrica de Camaçari, Eduardo Fajardo.


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O mesmo se aplica na linha de montagem final: “Os fornecedores são interligados, por meio do sistema, são avisados desde o início do processo quais carros serão montados e quais peças devem utilizar”, comenta.

As células de montagem são abastecidas conforme a demanda, no conceito just in time, e por um carrinho elétrico autônomo. Tudo o que acontece ao longo da produção é visível a todos, por meio de um painel informativo eletrônico presente em todas as fábricas: “Com a análise do big data a equipe é capaz de gerenciar de forma absolutamente assertiva toda a manufatura”, acrescenta Ille.


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