Gerdau avalia perspectiva no Brasil ainda desafiadora, mas vê sinais de recuperação em 2018

O grupo siderúrgico Gerdau GGBR4.SA vê a retomada da economia brasileira apenas em 2018 diante de um cenário interno ainda desafiador e que motiva a companhia a manter postura de priorizar investimentos mais rentáveis e de redução de índices de endividamento.

"Vemos sinais positivos no Brasil, pequenos, que tendem a indicar uma retomada da economia mais para 2018, mas isso não afeta nossa decisão de investimento" que é de manutenção do nível de 1,3 bilhão de reais de 2016, afirmou o presidente-executivo da companhia, Andre Gerdau Johannpeter.

O executivo comentou ainda, durante teleconferência com jornalistas, que a perspectiva de investimento da companhia em 2018 deve ser semelhante ao que será desembolsado em 2017. Ele evitou fazer comentários específicos sobre política de preços da companhia no Brasil ou no exterior, mas afirmou que o mercado internacional tem mostrado uma tendência de "retomada importante" de preços.

Segundo o executivo, apesar de sucessivas vendas de ativos, a Gerdau segue com índice de utilização de sua capacidade produtiva no mundo entre 65 e 70 por cento.

A companhia divulgou mais cedo queda de 20 por cento no lucro líquido ajustado do segundo trimestre sobre o mesmo período do ano passado, a 147 milhões de reais, pressionada pela fraqueza no mercado de aços longos no Brasil e redução de exportações.

As ações da companhia exibiam queda de 0,44 por cento às 12:25, enquanto o Ibovespa .BVSP tinha desvalorização de 0,6 por cento.

Johannpeter afirmou também que a Gerdau ainda mantém foco em redução em indicadores de endividamento, que encerraram junho estáveis sobre o mesmo período do ano passado, em 3,6 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda).


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O executivo voltou a defender a ampliação de alíquota do programa Reintegra, que restituiu impostos já pagos na cadeia de produção dos exportadores. Atualmente, o índice de restituição é de 2 por cento, mas o setor siderúrgico e outros da indústria da transformação têm pleiteado junto ao governo federal uma elevação para 5 por cento.

"O crescimento de 2 para 5 por cento seria muito importante para ajudar na rentabilidade das exportações, que nem sempre são rentáveis", disse Johannpeter, afirmando que "existe sensibilidade no governo sobre o assunto, porém a decisão não é fácil...e tem a questão do déficit".

Mais cedo, o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, afirmou que o governo brasileiro está trabalhando para manter e até ampliar o Reintegra no próximo ano.


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