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A produção de alimentos e veículos pesou com força e a indústria apagou cinco meses de resultados positivos em agosto com o pior resultado em quatro anos e meio, destacando a fragilidade do setor em um ambiente ainda recessionário e acendendo a luz amarela sobre uma recuperação do setor.
A produção industrial recuou em agosto 3,8 por cento na comparação com o mês anterior, após cinco meses seguidos de ganhos, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
É o pior resultado mensal desde a queda de 4,9 por cento verificada em janeiro de 2012.
"A queda de agosto anula os cinco meses de crescimento. As expectativas que se construíram (de recuperação) nitidamente não estão se concretizando", avaliou o economista do IBGE André Macedo.
A tendência negativa continuou pelo 30º mês seguido na comparação anual, com recuo de 5,2 por cento sobre agosto de 2015.
As expectativas em pesquisa da Reuters eram de queda de 3,15 por cento na comparação mensal e de recuo de 5,10 por cento na base anual, na mediana das projeções.
"Existe um cenário de expansão da confiança que estava balizando uma retomada ainda que gradual da indústria. É preciso esperar para ver se essa queda será revertida em setembro, senão vai comprometer o resultado do terceiro trimestre (do Produto Interno Bruto"), destacou o economista da Tendências Consultoria Rafael Bacciotti.
Pesos
Os maiores pesos em agosto foram a queda de 8,0 por cento na produção de produtos alimentícios e de 10,4 por cento de veículos automotores, reboques e carrocerias. As perdas, entretanto, foram generalizadas, atingindo 21 dos 24 ramos pesquisados.
Entre as categorias económicas, a produção de Bens de Consumo Duráveis apresentou queda de 9,3 por cento sobre julho, recuo mais forte desde junho de 2015 (-13,5 por cento). Já os Bens Intermediários recuaram 4,3 por cento, maior queda desde dezembro de 2008 (-11,3 por cento).
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Apenas Bens de Capital, uma medida de investimento, teve alta na base mensal, de 0,4 por cento.
A indústria brasileira vem mostrando dificuldades de engatar uma recuperação mais sólida em meio à recessão da economia brasileira. A confiança da indústria brasileira, considerada essencial pelo governo, no entanto, voltou a subir em setembro após uma pausa no mês anterior, de acordo com dados da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Entretanto, o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) aponta que em setembro o setor reduziu a produção e o número de funcionários devido à fraqueza tanto do mercado externo quanto interno.
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