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O dólar fechou em queda frente ao real e interrompeu sequência de seis altas consecutivas nesta sexta-feira, com a redução da intervenção do Banco Central no câmbio e movimentos de realização de lucro ofuscando a alta da moeda norte-americana no exterior e de preocupações com os rumos fiscais do Brasil.
O dólar recuou 0,81 por cento, a 3,2071 reais na venda, após subir nas seis sessões anteriores e acumular valorização de 3,23 por cento no período. Na semana, acumulou alta de 0,69 por cento, segundo avanço semanal consecutivo.
O dólar futuro recuava cerca de 1 por cento no fim desta tarde.
"A mudança nos swaps traz uma ajuda marginal, faz o real ter desempenho melhor que outras moedas em um dia de alta do dólar como hoje", disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.
O BC retomou nesta sessão o ritmo mais lento de intervenções no câmbio que adotou no início deste mês, vendendo apenas 10 mil swaps reversos, equivalentes a compra futura de dólares. Entre 11 e 18 de agosto, havia pisado no acelerador e vendido diariamente 15 mil contratos.
A redução no ritmo de intervenção veio após o dólar subir por seis sessões consecutivas e voltar a se aproximar de 3,25 reais. Em comparação, a mudança anterior aconteceu quando a moeda norte-americana era negociada perto de 3,10 reais, nos menores níveis em mais de um ano.
Cotações baixas tendem a prejudicar a indústria, já que reduzem os preços de produtos exportados. Por outro lado, a alta do dólar pode pressionar a inflação, encarecendo importações.
A redução na intervenção do BC abriu espaço para realizações de lucro. "Uma hora, o mercado precisa dar um respiro", resumiu o diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues.
Esses fatores ofuscaram o avanço do dólar frente às principais moedas emergentes e as preocupações com os rumos fiscais do país, que também contribuíram para elevar o dólar nas últimas sessões.
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Investidores têm preferido estratégias mais defensivas nos últimos dias também em função da cautela em relação às perspectivas fiscais brasileiras, após dificuldades do governo do presidente interino Michel Temer na aprovação de medidas de austeridade fiscal no Congresso Nacional.
Temer convocou para esta sexta-feira reunião em São Paulo com a equipe econômica e líderes do Congresso para definir estratégia para aprovação do ajuste fiscal.
"Essas batalhas precisam ser ganhas nos bastidores e parece que o governo está pelo menos se esforçando para melhorar a articulação", disse o operador da corretora de um banco nacional.
Muitos operadores esperam que o governo endureça sua postura após a confirmação do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, em julgamento marcado para começar em 25 de agosto.
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