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Alguns líderes de associações do setor de construção civil já começam a enxergar sinais positivos no campo econômico que podem levar a uma retomada da atividade no mercado imobiliário a partir do fim deste ano. O momento, porém, é de cautela e não chega a configurar um quadro de otimismo generalizado.
"A mudança de rumo está acontecendo na direção certa", afirmou o presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Flávio Amary. "Os principais indicadores econômicos do País estão melhorando ou, ao menos, deixando de piorar", disse, citando as projeções do Boletim Focus do Banco Central para o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB), que tiveram recuo na projeção de queda.
Amary comentou que essa leve melhora já ajudou a destravar algumas decisões de investimento e a oferta de novos projetos, ainda que de forma pontual. Neste ano, o Secovi-SP preferiu não divulgar uma projeção para o volume de lançamentos e vendas na capital paulista devido ao elevado grau de incertezas. Segundo Amary, a posição do sindicato continua a mesma ao fim do primeiro semestre, sem projeções.
Na avaliação do presidente da Federação Internacional das Profissões Imobiliárias (Fiabci) no Brasil, Rodrigo Luna, há espaço para melhora dos lançamentos e das vendas ainda neste ano, uma situação que depende de redução das instabilidades no Congresso. "Após a solução da crise política, há condições de o último trimestre ser melhor para o mercado imobiliário", observou. "Neste momento, a economia segue ruim, com desemprego subindo e renda caindo. Isso tudo trava os negócios. Mas esperamos que o ajuste fiscal irá ocorrer no médio prazo. É um momento de se ter calma", ponderou.
O presidente do conselho do Secovi-SP, Cláudio Bernardes, disse ter observado crescimento das consultas de investidores estrangeiros em busca da aquisição de ativos imobiliários nas últimas semanas. "O investidor estrangeiro está louco para voltar, mais ainda não tem certeza se este é o momento certo", afirmou. Bernardes observou que o novo governo federal ainda se encontra numa conjuntura política conturbada, que tem atrapalhado a evolução das medidas de ajuste fiscal. Um exemplo citado é o pacote de reajuste dos salários de servidores públicos anunciado recentemente. "Essa foi uma questão incoerente com o modelo proposto de ajuste fiscal", criticou.
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Já na opinião do presidente de uma grande incorporadora que preferiu não ser identificado, o quadro ainda continua negativo. "Não sentimos mudança nenhuma. As vendas no segundo trimestre foram um pouco melhores, mas nada que se possa atribuir à conjuntura econômica e política", disse.
Top Imobiliário
Os executivos falaram com a reportagem do Broadcast, serviço de informações da Agência Estado, durante a cerimônia de entrega dos prêmios da 23ª edição do Top Imobiliário na noite desta quarta-feira, 8. O prêmio é uma iniciativa do jornal O Estado de S. Paulo em parceria com a Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp) e o Secovi-SP. O objetivo é reconhecer aquelas empresas com melhor desempenho operacional no setor.
A festa teve como vencedoras as empresas Gafisa (nas categorias Incorporadoras e Construtoras) e Abyara (na categoria Vendedoras). Essa definição teve como base o ranking produzido pelo Embraesp a partir de pesquisa de lançamentos imobiliários na região Metropolitana de São Paulo. Cinco quesitos foram avaliados: números de lançamentos, de blocos, de unidades, área total construída e o Valor Geral de Vendas (VGV) lançado.
Durante o evento, o empresário Adolpho Lindenberg, da Construtora Adolpho Lindenberg S/A, recebeu o Prêmio Estadão Destaque do Mercado Imobiliário por sua contribuição ao mercado ao longo de mais de 50 anos de atuação.
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