Brasil e Argentina discutem novo acordo automotivo

Acordo automotivo em vigor entre os dois países vence no dia 30 de junho

O Brasil e a Argentina tiveram nesta segunda-feira na capital federal, a primeira reunião da Comissão Bilateral destinada a ampliar o comércio entre os dois países e que foi reativada em fevereiro, em Buenos Aires. Entre os principais temas tratados, estavam os termos da renovação do acordo automotivo em vigor, que vence em 30 de junho. Em entrevista para comentar as negociações ao longo do dia, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Armando Monteiro, voltou a defender um acordo automotivo de livre comércio com os vizinhos.

No entanto, Monteiro reconheceu que a renovação no curto prazo deve novamente basear-se em cotas de comércio. Ele expressou otimismo com a possibilidade de conseguir um "ajuste" e "condições equilibradas" em relação às que estão vigorando atualmente. 

O acordo atual prevê o sistema flex, em que o Brasil pode vender com isenção de impostos no máximo US$ 1,5 para cada US$ 1 importado do país vizinho. O governo brasileiro gostaria de ver essa margem ampliada, mas os argentinos resistem.

"Nossa posição é que havemos de encontrar, em um prazo curto, um ponto de equilíbrio que justifique essa extensão do acordo. O Brasil tem a compreensão de que precisamos ter um marco mais amplo, que tem de contemplar, também, a perspectiva de um acordo de livre comércio. Para alcançar [esse objetivo], precisamos criar condições para que [o acordo] seja um processo equilibrado e sustentável", declarou.

Armando Monteiro ressaltou que Brasil e Argentina negociam acordos respectivos de livre comércio com o México e que seria razoável, portanto, negociarem o mesmo tipo de acordo entre si.

Integração

Apesar de destacar que as proporções do sistema flex são um tema "aberto para discussão", Francisco Cabrera disse que, por enquanto, a posição dos argentinos é que elas permaneçam no patamar atual. "Ainda não modificamos esse índice", admitiu. Ele reconheceu ainda que há preocupação dos argentinos com a capacidade ociosa da indústria brasileira e com a queda nas vendas do setor automotivo.


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Ele afirmou também que, com o governo de Maurício Macri, a Argentina busca aumento da integração econômica. "Entramos em processo de normalização da economia. O grau de normalização é a capacidade que tenhamos de estar integrados ao mundo", comentou.

A próxima reunião da Comissão Bilateral Brasil-Argentina está prevista para junho. De acordo com Armando Monteiro, além das discussões sobre o acordo automotivo, foram lançadas oficialmente nesta segunda-feira as negociações para um protocolo de compras governamentais no âmbito do Mercosul.

"Também estamos muito animados com a perspectiva de um acordo de cooperação e facilitação de investimentos no Mercosul", concluiu Monteiro.