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A Braskem, empresa petroquímica e produtora de biopolímeros, investirá cerca de R$ 380 milhões para permitir o uso de gás etano como matéria-prima em suas operações. O investimento será direcionado à adaptação da infraestrutura logística no Terminal Portuário de Aratu, no duto de interligação e na adequação tecnológica de sua Unidade de Petroquímicos Básicos, no Polo Petroquímico de Camaçari (Bahia).
Para abastecer a unidade industrial, a Braskem assinou acordo de longo prazo com a empresa norte-americana Enterprise Products, que fornecerá, a partir do segundo semestre de 2017, o gás etano oriundo do gás de xisto (shale gas), matéria-prima utilizada para a produção de produtos petroquímicos.
A decisão do investimento da Braskem está alinhada à estratégia de buscar a flexibilidade na produção petroquímica com fontes alternativas de matéria-prima, reforçando a competitividade da companhia. A planta industrial da Bahia, que hoje depende integralmente do fornecimento de nafta, passará a poder utilizar até 15 % de etano a partir dos investimentos a serem realizados. Atualmente, a nafta petroquímica representa 85% da matéria-prima usada nos crackers da Braskem no Brasil, e o gás, 15%. Com o fornecimento de etano para a unidade no Polo Petroquímico de Camaçari, o gás aumentará sua participação para 20% de toda a matéria-prima utilizada pela Braskem no país.
"O investimento tem como foco proporcionar maior competitividade e flexibilidade no uso de matéria-prima", diz Marcelo Cerqueira, vice-presidente da Unidade de Petroquímicos Básicos da Braskem. "Essa diversificação com o uso do gás como matéria-prima - hoje abundante no mercado norte-americano - é uma tendência global da indústria petroquímica. Esse movimento busca fortalecer a competitividade da cadeia química e petroquímica brasileira bem como a atuação nacional e internacional da Braskem no setor."
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Do Texas para a Bahia
Nos planos da Braskem, o gás etano comercializado pela Enterprise Products sairá do porto de Morgan's Point, em Houston, no Texas, será liquefeito e transportado em navios especiais refrigerado a 90°C negativos até o Terminal de Gases Liquefeitos (TEGAL), localizado no Porto de Aratu (BA). Do terminal portuário, o produto seguirá por meio de duto até a Unidade de Petroquímicos Básicos, da Braskem, em Camaçari, onde novamente será transformado em gás para ser utilizado como matéria-prima.
Para que seja possível o uso da nova matéria-prima, serão realizados investimentos na modernização do terminal de Aratu, no duto de interligação e na unidade industrial. Os investimentos incluem a construção de um sistema de descarregamento, aquecimento e transferência de etano; adequação de duto existente para uso de etano; recondicionamento de tanque criogênico e sistemas de liquefação de gases; além de adequações nos sistemas do terminal portuário. As adaptações serão iniciadas durante a parada de manutenção, agendada para outubro deste ano. A previsão é que a unidade industrial já comece a utilizar gás etano como matéria-prima a partir de outubro de 2017.
O gás etano
O gás etano é utilizado para a produção de eteno, principal matéria-prima para a produção do polietileno (PE), PVC e também do EVA. O polietileno é um dos mais versáteis polímeros existentes, possuindo aplicações nos mais diversos mercados, dentre as quais sacolas plásticas, filmes e embalagens, lonas e silos-bolsa para plasticultura, caixas d'água, fios e cabos elétricos, tubos para água e gás, tanques de combustível e entressolas de calçados (EVA). Já o PVC pode ser utilizado na construção civil na forma de tubos e conexões, janelas, portas, pisos, forros e telhas, além de produtos médico-hospitalares, como bolsas de sangue e na agricultura na forma de galpões e tubos de irrigação.
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