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Dados da edição de julho do boletim Avaliação e Perspectivas da Economia Brasileira, realizado pelo economista e professor do Insper, Otto Nogami, consultor da Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais (Abimei) mostram que as importações de bens de capital fecharam o primeiro semestre de 2015 em US$ 43,9 bilhões. No mesmo período, a importação total para o Brasil movimentou US$ 208,2 bilhões.
O boletim analisa os dados já consolidados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) e Câmara do Comércio Exterior (Camex) até 30 de junho. O documento destina-se à orientação dos importadores de máquinas-ferramenta e equipamentos industriais associados da Abimei.
O valor negociado com a importação de bens de capital sofreu uma redução de 15,8% de janeiro a junho de 2015, comparativamente ao mesmo período do ano passado, caindo de US$ 24.143,7 milhões para US$ 20.322,5 milhões. Os acessórios para maquinaria industrial sofreram uma queda de 24,7% e as máquinas e ferramentas contaram com uma baixa de 25,3 %. O volume financeiro de máquinas e ferramentas, que registrou US$ 146,1 milhões em 2014, caiu para US$ 109,1 milhões. Os acessórios de maquinaria industrial registraram um volume financeiro de US$ 1.338,9 de milhões, ante US$ 1.778,1 no primeiro semestre do ano passado.
Considerando-se a importação total de máquinas e equipamentos para a indústria em geral (não só máquinas-ferramenta), a atividade teve queda de 18,5% no primeiro semestre deste ano, comparativamente a igual período de 2014.
Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram nova piora na atividade industrial em junho. Segundo a última pesquisa de Sondagem Industrial, o índice de evolução da produção ficou em 36,8 pontos (valores abaixo dos 50 pontos revelam queda na produção). A utilização média da capacidade instalada ficou em 60%, a mesma média adquirida em maio de 2015 e 8 pontos a menos se comparado ao mesmo período do ano passado. Ao mesmo tempo, os estoques estão acima da linha divisória de 50 pontos, totalizando 52,9%. Em maio, esse número fechou em 48,8%. Nesse cenário, as expectativas também sofreram abalo: o Índice de Intenção de Investimento atingiu 38 pontos, o menor da série histórica, iniciada em novembro de 2013.
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Comércio Exterior
O primeiro semestre fechou positivo para a balança comercial, mas o comércio encolhe. Dados do estudo apontam que a retração da atividade econômica acaba aumentando o desequilíbrio das contas externas e, apesar dos juros elevados, o fluxo de capital externo começa a perder força. Sendo assim, a dívida externa deve superar as reservas internacionais.
Há a tendência de queda nas reservas e isso deixa o país mais vulnerável a choques econômicos. Diante deste cenário, o governo lança medidas para facilitar as exportações.
Perspectivas
O Boletim da Abimei mostra que a indústria cresce no mundo, mas cai no Brasil e que a economia informal volta a crescer no País. Já o índice que reajusta salário sobe mais que o IPCA, o que impacta na elevação dos custos de produção e desemprego. Em maio de 2015 foi registrado o maior volume de desemprego em 23 anos.
Segundo o economista e consultor da Abimei, Otto Nogami, as importações de bens de capital devem acompanhar o "esfriamento" da economia, chegando a US$ 36 bilhões no volume de negócios, em 2015. Essa queda representa 24,6% em relação ao total negociado em 2014. O item maquinaria industrial puxa essa tendência, devendo importar menos 37,4% que no ano passado, com movimentando cerca de US$ 8,5 bilhões. Para 2016, é previsto um crescimento na produção da indústria de 1,40% após baixas sucessivas em 2015 e a balança comercial deve fechar com um aumento de 13%, 7,5% a mais do previsto para este ano.
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