A indústria brasileira de máquinas e equipamentos encerrou 2024 com uma queda de 8,6% na receita líquida, registrando um faturamento de R$ 270,8 bilhões, segundo dados divulgados no final de janeiro pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Em 2023, o setor havia alcançado R$ 296,2 bilhões, o que evidencia um recuo expressivo no desempenho anual.
O consumo de bens industriais no Brasil, que representa a soma da produção nacional e das importações, descontadas as exportações, manteve-se praticamente estável em 2024. O total foi de R$ 369,1 bilhões, com uma leve queda de 0,2% em relação a 2023.
De acordo com a Abimaq, um dos fatores que pressionaram o setor foi o aumento da participação de máquinas importadas, o que reduziu a demanda por produtos nacionais. Além disso, a queda nas exportações também impactou negativamente os resultados.
“Aconteceu aumento de investimento em diversas áreas da economia [brasileira], investimento no transporte, investimento em equipamentos eletrônicos, mas não no nosso setor. E uma parte importante [do nosso resultado de 2024] está relacionada à perda de participação para o importado”, explicou Cristina Zanella, diretora de Competitividade, Economia e Estatística da Abimaq.
Os segmentos mais afetados foram máquinas agrícolas e equipamentos para construção civil, que puxaram a retração da indústria. No caso das máquinas para construção, a demanda interna cresceu, mas as exportações menores pesaram no resultado final.
Aumento nas importações
As importações de máquinas e equipamentos cresceram 10,6%, atingindo US$ 29,5 bilhões – o segundo maior valor desde 2013. O destaque foi a China, que ampliou sua participação no mercado brasileiro para 31,5%, um crescimento de 5,3 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Enquanto isso, as importações dos Estados Unidos caíram 6%, e as da Alemanha tiveram um leve aumento de 2,6%.
Exportações em queda
Já as exportações do setor diminuíram 5,5%, totalizando US$ 13,1 bilhões. Mesmo assim, esse foi o segundo melhor resultado da série histórica, ficando atrás apenas de 2023, quando os embarques atingiram US$ 13,9 bilhões.
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Os países que aumentaram suas compras de máquinas brasileiras em 2024 foram Singapura, Coreia do Sul, México, Guiana, França e Arábia Saudita. Por outro lado, houve retração das exportações para Estados Unidos (-11,2%), Argentina (-17%), Paraguai, Chile e Peru. No mercado norte-americano, a menor demanda se concentrou em máquinas para construção civil, enquanto na Argentina o recuo foi mais forte em máquinas para óleo e gás.
Os dados mostram que a indústria nacional enfrenta desafios tanto no mercado interno, onde concorre com os produtos importados, quanto no cenário externo, onde a redução nas exportações limita o crescimento do setor.
*Com informações da Agência Brasil/ Imagem de capa: Depositphotos.com
