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Uma comitiva de empresários chineses chega a Mato Grosso esta semana para conhecer alguns municípios por onde passará a Ferrovia Transcontinental ou Transoceânica. O interesse dos chineses é investir na ferrovia que ligará o Brasil ao Oceano Pacífico, passando pelo Peru. Dessa forma, o frete da produção brasileira para a China será barateado. A previsão é que a ferrovia corte Mato Grosso de Leste a Oeste, tendo como principal terminal no Estado o município de Lucas do Rio Verde (354 km ao Norte de Cuiabá).
O governador Pedro Taques (PDT) se juntou à comitiva nesta segunda-feira (8), no município de Ji-Paraná (RO). No Estado vizinho está marcada uma reunião com os chineses e os governadores do Acre e Rondônia, Tião Viana (PT) e Confúcio Moura (PMDB), quando os três governadores assinarão um protocolo de intenções. No documento, eles se comprometem a se empenhar politicamente para a realização da obra.
A previsão é de que a comitiva chegue a Mato Grosso às 8h da terça-feira (9) na cidade de Comodoro (644 km a Oeste de Cuiabá). Na ocasião, o governador e o vice-governador, Carlos Fávaro (PP), participam do evento de boas-vindas. Fávaro passa a conduzir a comitiva no trecho entre Comodoro e Lucas. A previsão é que a expedição chegue às 13h em Campo Novo do Parecis (396 km a Noroeste), onde haverá uma pausa para o almoço, e depois segue para Lucas do Rio Verde.
Na quarta-feira (10), Lucas do Rio Verde sedia a primeira grande discussão sobre a implantação da ferrovia, com participação do governador. A expectativa é que esteja presente o ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, representando o Governo Federal.
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Durante reunião com a presidente Dilma Rousseff (PT), em 19 de maio, o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, assinou um termo de cooperação que tratou de diversas questões bilaterais entre Brasil e China, entre eles, o que trata do estudo de viabilidade da Ferrovia Transcontinental. O termo assinado pela China com os governos Federal e estaduais visa dar condições, informações técnicas e o apoio político para a construção da ferrovia.
Mato Grosso e China
Em maio, o governador Pedro Taques visitou o embaixador chinês Li Jinzhang, em Brasília, e apresentou dados da economia mato-grossense que favorecem a vinda de investidores ao Estado. A estratégia faz parte do plano de ação visando atrair investimentos internacionais. Em jantar no último dia 27, com um grupo de empresários chineses na residência do embaixador chinês, Taques mostrou os dados positivos da economia mato-grossense e ressaltou a importância de um sistema de logística moderno e eficiente para escoar a produção de bens de consumo e matéria-prima produzidos no Estado.
“Nós estamos pensando estrategicamente. Pensamos em Mato Grosso daqui a 10, 20, 30 anos. Somos o celeiro do país, campeão na produção de soja, milho, algodão e rebanho bovino. Já somos líderes da porteira para dentro das fazendas e agora queremos investir na expansão dos nossos produtos da porteira para fora”, destacou o governador.
O embaixador chinês se mostrou entusiasmado com os números apresentados pelo governador. “Mato Grosso tem um potencial ilimitado. Sabemos que há um grande espaço para crescimento e existe uma necessidade para investimentos em áreas como infraestrutura”, disse Jinzhang durante o encontro.
Pedro Taques também falou da possibilidade de diminuir o tempo para escoar a produção de Mato Grosso via o Oceano Pacífico rumo à China. Taques explicou que, com uma ferrovia passando por Lucas do Rio Verde, pelo Estado de Rondônia e chegando ao Pacífico, os produtos mato-grossenses chegariam ao mercado consumidor asiático com 15 dias a menos do que o praticado atualmente.
“As informações que o governo chinês tem de Mato Grosso são muito convincentes para estreitarmos nossos laços”, completou Jinzhang. Ele destacou que existe uma grande expectativa para avaliar a possibilidade de acordos entre a China e Mato Grosso na área de infraestrutura e logística.
Também por conta dessa articulação política internacional, no mês passado o governador esteve nos Estados Unidos, onde participou de reuniões junto aos bancos Mundial e Interamericano de Desenvolvimento (BID).
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