Fonte: Gazeta do Povo Online
Enquanto a indústria automobilística brasileira anunciava um primeiro semestre de absoluto sucesso no mercado interno e fracasso nas exportações, a Renault comemorou números recordes tanto dentro do Brasil quanto nas vendas externas. Se no mercado doméstico o avanço da montadora instalada em São José dos Pinhais (região metropolitana de Curitiba) foi ligeiramente superior à média das concorrentes, no comércio exterior a empresa foi imbatível.
Segundo relatório divulgado ontem pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a Renault exportou pouco mais de 13 mil veículos de janeiro a junho, com crescimento de 70,3% em relação ao mesmo período do ano passado. O volume embarcado ainda é pequeno se comparado ao das concorrentes, mas é crescente – ao passo que as exportações totais das montadoras brasileiras vêm caindo: no primeiro semestre, o recuo do setor foi de 10,8%.
O pessimismo em relação ao mercado internacional fez a Anfavea revisar ainda mais para baixo sua previsão para as exportações em 2007. A retração das vendas, antes estimada em 8,5%, deverá ficar em 11%, com embarque de 750 mil veículos neste ano, frente aos 843 mil de 2006. “As exportações preocupam e continuam a cair. Esse é o grande desafio da indústria e de todos que lidam com o setor, inclusive o governo. Temos que buscar medidas para enfrentá-lo”, disse o presidente da entidade, Jackson Schneider.
Em meio a esse cenário negativo, a Renault caminha para bater até dezembro seu recorde anual de exportações, estabelecido em 2005, quando embarcou 19,3 mil carros. No ano passado, o volume caiu quase 12%, para 17 mil veículos. Um bom exemplo da reação em 2007 está nos dados do mês passado, quando a montadora exportou 4,9 mil veículos, mais que o triplo das 1,4 mil unidades embarcadas em junho de 2006. Na mesma comparação, a totalidade da indústria registrou queda de 11%.
A empresa informou que o bom desempenho em junho foi influenciado, principalmente, pelo início das exportações do sedã Logan, para México e Argentina. Para atender à demanda interna e externa, a empresa prevê produzir neste ano 112,2 mil veículos, volume 64% superior às 68,3 mil unidades fabricadas no ano passado.
Novo pátio
A perspectiva em relação ao mercado externo é tão boa que a Renault está negociando o aluguel de um novo pátio de veículos no porto de Paranaguá. O espaço permitiria à montadora exportar cerca de 120 mil carros e importar 20 mil unidades em 2008. A empresa não quis comentar as expectativas de exportação para o ano que vem e limitou-se a informar, por meio da assessoria de imprensa, que está em negociação com a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa).
A Appa confirma que há um projeto em análise e que existe área disponível para instalação de um novo pátio, que ficaria pronto no início do ano que vem. Para utilizá-lo, a montadora interessada teria de pagar aluguel por unidade estacionada.
Neste ano, o porto de Paranaguá vem batendo recordes na movimentação de veículos. De janeiro até 4 de julho, foram exportados 55,8 mil veículos, com alta de 71% em relação ao mesmo período de 2006. As importações chegaram a 17,2 mil automóveis, com variação de 111%.
Gostou? Então compartilhe:
Últimas notícias de Mercado