Romi está pessimista com economia no curto prazo

A Romi continua afetada pelo cenário macroeconômico ruim no mercado doméstico e acredita que no curto prazo não verá melhora. No entanto, está mantendo investimentos, afirmou Livaldo Aguiar dos Santos, presidente da empresa, ao Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor. O movimento faz parte de uma estratégia de preparação, de forma que a companhia possa aproveitar o mercado quando a situação da economia melhorar, disse ele.

O foco da companhia, agora, é o aumento de produtividade, com renovação do parque industrial e ajustes operacionais já foram implementados, ressaltou Santos.

A empresa, fabricante de máquinas-ferramenta, máquinas para plásticos, fundidos e usinados, já liquidou sua subsidiária italiana, que vinha dando prejuízo. A venda ajudou a reduzir a perda do terceiro trimestre deste ano em 93%. Ficou em R$ 315 mil.

Questionado sobre novas propostas para otimizar os resultados, como a venda de alguma das unidades brasileiras, ou corte de pessoal, Santos disse que a Romi já se adequou à operação da empresa daqui para frente, considerando que o próximo ano será de ajuste, independente de quem vencer a disputa pela presidência. "Neste ano de 2014, estamos trabalhando com um volume bastante baixo da capacidade da fábrica. Acreditamos que no ano que vem não será diferente, e os ajustes já estão adequados a essa realidade".

O diretor de relações com investidores, Fábio Taiar, disse que "uma previsão de melhora no curtíssimo prazo é bastante improvável". A empresa vive um mercado retraído, explica ele, diante da imprevisibilidade da produção. Como o setor de máquinas e equipamentos está diretamente ligado aos investimentos, a Romi utiliza como termômetro para seu ambiente de negócios a Formação Bruta de Capital Fixo, que teve queda de 11% no segundo trimestre, e atribui a esse contexto o desempenho dos últimos trimestres.


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Para Taiar, os investidores estão conscientes de que o cenário macroeconômico está ruim, portanto, o esforço é mostrar o que a companhia está fazendo para superar essa fase difícil e "surfar a onda de uma melhora econômica".

Um dos movimentos da empresa foi a compra da alemã Burkhardt+Weber, no começo de 2012, na região de Stuttgart, polo tecnológico do país. Além do intercâmbio de tecnologia, Taiar explica que a internacionalização faz parte de uma abordagem estratégica da companhia, que teve 75% de sua receita em reais nos primeiros nove meses do ano.

Como as despesas da empresa seguem a mesma proporção, com a maior parte em reais, e a competição no Brasil se dá mais com produtos importados, o dólar valorizado ajuda a manter os produtos da Romi competitivos tanto no mercado externo quanto no doméstico, sem elevar tanto a dívida. No entanto, o presidente da companhia considera que nem o atual cenário cambial consegue compensar os efeitos negativos do baixo crescimento do PIB e dos investimentos. "O impacto de um crescimento na economia é muito mais vantajoso", afirma.

A Romi divulgou na quarta-feira, após fechamento do mercado, o balanço do terceiro trimestre. teve receita líquida de R$ 165,5 milhões e Ebitda de R$ 7,6 milhões.