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Há pelo menos seis anos, quando fabricantes do metal começaram a fechar suas portas no país, o setor passou a temer esse cenário. O preço baixo do produto e o custo alto da energia tornaram as previsões realidade: o saldo da balança do setor deve ser negativo em aproximadamente 130 mil toneladas, segundo números da Associação Brasileira do Alumínio (Abal).
Desde 2008, paralisaram fornos a Valesul, Novelis, Alcoa, BHP Billiton e Votorantim Metais-CBA. Pela primeira vez em 24 anos a produção será inferior a 1 milhão de toneladas de alumínio primário - em 1990, foram 930,6 mil toneladas. Ou seja, o país retorna ao patamar de 1991, com 952 mil toneladas de metal primário e 27% de queda em relação a 2013.
Conforme expirarem antigos contratos de energia, os custos para as fabricantes de alumínio serão ainda mais altos e a tendência é que parem outras linhas de produção. Na projeção da Abal, o país pode chegar a 2025 com uma produção de apenas 660 mil toneladas ao ano, menos da metade da capacidade atual da indústria, de 1,5 milhão de toneladas.
"Temos alumina e bauxita competitivas. Está na hora de o Brasil decidir se quer ou não manter sua indústria de alumínio primário", disse Milton Rego, presidente da entidade, ao Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor. "Os outros países dos Brics optaram em ter. Mas não estamos neste caminho".
Atualmente, a energia usada na transformação da alumina em alumínio primário responde por 55% dos custos totais de produção - há dez anos era 34%. Segundo Milton Rego, a autogeração é capaz de suprir 40% da demanda do setor, o suficiente para 381 mil toneladas neste ano.
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