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Assim como já acontece com veículos leves, os caminhões pesados também estão entrando na era da construção leve, com uso mais intensivo de materiais como alumínio e fibra de vidro, além de projetos focados na redução de dimensões e peso das peças. Com novos eixos e sistemas de suspensão de chassi e cabine aplicados a cavalos mecânicos que pesam em torno de 40 toneladas e podem puxar outras tantas, a ZF promete reduções de peso que, somadas, chegam a cerca de 100 kg. Pode parecer pouco, mas em um veículo que roda algo como 150 mil km por ano, a economia acumulada é grande. É espaço que sobra para levar mais carga ou reduzir o consumo quando o caminhão roda vazio.
A ZF irá apresentar os componentes mais leves no próximo Salão de Veículos Comerciais de Hannover (o IAA Nutzfahrzeuge), na Alemanha, no fim de setembro próximo. Ao todo, quatro sistemas garantem o emagrecimento do chassi: suspensão dianteira independente, amortecedores de cabine a ar, suspensão traseira e o 4-Point Link feito de fibra (peça em forma de “H” que une as longarinas ao eixo).
Começando pela dianteira, a nova suspensão independente IS 80 TF substitui o tradicional eixo rígido com substancial redução de 40 kg no peso do conjunto, sem perda de robustez, segundo a ZF. Essa configuração, com duas molas a ar e amortecedores montados em uma só peça, diminui consideravelmente a massa dos componentes usados no sistema, além de eliminar alguns itens pesados. Também há um efeito colateral benéfico: a dirigibilidade fica muito melhor. Isso porque foi possível aumentar o curso da suspensão, e assim o chassi absorve com maior eficiência as imperfeições do piso e praticamente não passa vibrações ao volante. Na pista de testes da universidade de Aachen, na Alemanha, foi possível comprovar que a solução torna a direção de um caminhão extrapesado bem mais precisa e confortável para o motorista.
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Na traseira do cavalo mecânico, a ZF desenvolveu nova configuração de eixos, amortecedores e molas para poupar peso. Foram usadas peças de ligação da suspensão em alumínio. O 4-Link Point, que combina três funções em um só componente (suporta as torções longitudinais, transversais e verticais na ligação do eixo com o chassi), é feito de composto plástico reforçado com fibra de vidro, 11 kg mais leve em comparação com a mesma peça de ferro fundido.
Nos amortecedores e molas a ar, a ZF conseguiu reduzir de 0,5 a 1,5 kg o peso de cada item, dependendo da configuração. As suspensões de eixos ficaram 40% mais leves, graças à redução de dimensões, com integração de molas e amortecedores em uma só peça, além do uso de alumínio e compostos de fibra na fabricação dos componentes. Outro efeito benéfico aqui: maior resistência dos sistemas à corrosão.
A suspensão de cabine também está mais leve. As molas de ar feitas de fibra, em vez de aço, já integram o amortecedor no meio e substituem a cápsula de metal do componente. Com isso, cada módulo mola/amortecer pesa 1 kg a menos.
A ZF também vai lançar no IAA de Hannover um sistema de estabilização da suspensão da cabine, para aumentar o conforto do motorista. Por meio de sensores, uma central eletrônica de interpreta as condições de rodagem, como irregularidades do piso e direção, e comanda um atuador hidráulico para compensar as torções. Com isso, nas curvas e mudanças mais bruscas de direção, as inclinações da cabine ficam mais suaves.
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