Manufatrons serão as estrelas das fábricas do futuro

Adaptar as linhas de montagem para fabricar produtos de diferentes tamanhos, formas e estilos custa tempo e dinheiro. Cada máquina em uma fábrica precisa ser programada com instruções específicas - uma espécie de receita de cada produto - para ser capaz de realizar cada tarefa específica da maneira correta.

E o trabalho de toda a linha de produção precisa ser interrompido enquanto as máquinas são reconfiguradas para mudar a forma como as matérias-primas são cortadas, onde os buracos são perfurados ou onde pregar os rebites.

Mas esse jeitão secular de reconfigurar linhas de produção pode estar prestes a mudar.

Um projeto financiado pela União Europeia desenvolveu máquinas para uma linha de montagem capaz de, por assim dizer, criar suas próprias receitas.

"Nosso objetivo é evitar essas receitas e, em seu lugar, colocar inteligência diretamente na própria máquina," disse Michael Peschl, coordenador do projeto Xpress (Flexible Production Experts for Reconfigurable Assembly Technology).

Manufatrons

"Em vez de fornecer de fora a informação de configuração para a máquina - como fazer algo com tais e tais configurações - podemos colocar a inteligência diretamente dentro da máquina," garante Peschl.

Poder-se-ia chamar isso de máquinas robotizadas, robôs industriais, ou mesmo de máquinas automatizadas.

Mas, para destacar a capacidade de decisão atribuída a cada equipamento, a equipe do Xpress decidiu batizar suas máquinas inteligentes de manufatrons.

"Os manufatrons recebem informações para fazer um buraco e, com base nessas instruções, a própria máquina decide que tipo de broca usar e a velocidade da broca. Nós descrevemos a tarefa para a máquina, mas é o manufatron que faz tudo daí por diante - ele analisa as informações e escolhe as ferramentas e configurações adequadas," explicou Peschl.


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Resultados animadores

Os testes dos protótipos mostraram que o tempo para a configuração completa de uma linha de produção pode ser reduzida em até 50%, enquanto uma reconfiguração pode ser reduzida em até 80%.

"Conseguimos, pela primeira vez, capacitar máquinas para funcionarem recebendo apenas informações sobre a tarefa. Este é realmente um grande avanço," concluiu Peschl.

Segundo ele, o conceito foi avaliado durante o desenvolvimento pelos parceiros do projeto, o que incluiu uma indústria aeroespacial, uma indústria eletroeletrônica e uma indústria automotiva.