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Empresas como a China Mobile Ltd., a maior operadora de celular do mundo em número de assinantes, e a China Resources Enterprise Ltd., uma grande operadora de supermercados, registraram resultados fracos, desapontado gestores de recursos no início da temporada de divulgação de resultados.
"A temporada de resultados demonstra que a tendência de crescimento da China está desacelerando", diz Mark McFarland, diretor executivo e economista-chefe global do Coutts Private Bank.
A tendência tem ampliado o pessimismo sobre a China, à medida que investidores globais retiraram o valor recorde de US$ 1,5 bilhão de fundos chineses na semana passada, até quarta-feira. Um índice composto por empresas chinesas cujas ações são amplamente negociadas entrou num breve período de queda na semana passada, enquanto o índice de referência Xangai Composto registrou a maior baixa em cinco anos nesse mesmo período.
O desempenho fraco foi registrado ao mesmo tempo em que crescem as preocupações em outros setores empresariais chineses. Uma pequena companhia do segmento de energia solar não conseguiu cumprir os pagamentos relativos à sua dívida este mês, registrando a primeira inadimplência de títulos domésticos do país. Autoridades do governo disseram que uma incorporadora, a Zhejiang Xingrun Real Estate Co., não pagou quase US$ 600 milhões em empréstimos, aumentando o receio que outras empresas em dificuldades também possam entrar em inadimplência.
Os economistas estão reduzindo drasticamente as previsões de crescimento. Na semana passada, por exemplo, o Goldman Sachs divulgou que a China "desacelerou significativamente" e reduziu sua estimativa de crescimento para o país neste trimestre de 6,7% para apenas 5%. A revisão é a taxa mais baixa prevista desde a crise financeira.
Além disso, as empresas de consumo têm repetidamente desapontado as estimativas de desempenho. Por muito tempo o setor foi considerado robusto à medida que a China buscava que sua economia deixasse de ser focada na montagem e fabricação de produtos para o Ocidente e passasse a dar mais prioridade ao consumo doméstico, especialmente à medida que a renda das famílias começou a se espelhar na dos países desenvolvidos.
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Mas o setor está sofrendo com a primeira queda no lucro da China Mobile em 14 anos. Os resultados decepcionantes levaram bancos de investimento, incluindo o Barclays e o Jefferies, a diminuir os preços-alvo das ações, que até agora acumulam queda de 21% no ano. A China Resources Enterprise, que recentemente anunciou uma joint venture com a cadeia de supermercados britânica Tesco, viu seu lucro anual encolher em mais de 20% em comparação a um ano antes. Suas ações caíram mais de 20% este ano. O Bank of Communications cortou o preço-alvo da ação em quase 30% na sexta-feira.
As operadoras de telecomunicações do continente enfrentam um "cenário de concorrência feroz" e a queda no lucro da China Mobile poderia ser "o início de um pesadelo" para o setor, escreveram analistas da Kim Eng em um relatório.
Mesmo as companhias de tecnologia que têm sido as preferidas dos investidores, como a Tencent Holdings Ltd., uma empresa de comércio eletrônico e de jogos para dispositivos móveis, não têm conseguido cumprir as estimativas de lucro, causando uma queda de 2,6% nas ações na semana passada, ofuscando a alta de 117,8% ao longo dos últimos 12 meses.
De fato, as ações chinesas têm sido pressionadas durante todo o mês, à medida que aumentou o nervosismo com relação à economia. Na sexta-feira, as ações se estabilizaram e o índice Hang Seng China Enterprise subiu mais de 2,4%, embora os investidores também estivessem nervosos com a volatilidade do yuan, que registrou a maior baixa em um ano na semana passada, eliminando toda a valorização que acumulou em 2013. O dólar fechou a semana valendo 6,225 yuans.
"Se o crescimento da China começar a melhorar a partir de agora, algumas dessas pressões podem diminuir e até reverter. Mas, mesmo que o crescimento acelere, é provável que ele se mantenha instável", disse o Goldman Sachs.
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