Setor automotivo europeu espera voltar a crescer este ano

Setor automotivo europeu espera voltar a crescer este ano

O setor automobilístico na Europa pode voltar ao caminho do crescimento neste ano após ter atingido em 2013 o volume mais baixo de vendas em 17 anos, de acordo com analistas em meio ao Salão do Automóvel de Genebra.

Fabricantes como a Renault se alinham sobre as previsões de aumento de vendas de 2% na Europa. Já a Euler Hermes, líder mundial de seguro de crédito, estima que as vendas de carros no velho continente podem crescer 3%.

A demanda na Europa sofreu queda de 3,7 milhões de unidades desde 2007. Em termos absolutos, as vendas devem ser manter em torno de 12,6 a 12,7 milhões de unidades, após o recorde de 16 milhões de 2007.

Certo mesmo é que os fabricantes europeus continuam submetidos a uma rude concorrência para manter ou aumentar suas participações de mercado. A pressão sobre as margens também continua forte.

Sergio Marchionne, principal executivo da Fiat, foi incisivo ao dizer que “todos os grandes construtores europeus perdem dinheiro no mercado europeu”, conforme o jornal “Le Temps”, de Genebra.

“Isso não pode continuar assim eternamente. O problema de excesso de produção, que já mencionei há oito anos, continua sem solução. Enquanto os interesses nacionais forem prioritários, a situação continuará complicada na Europa”, disse Marchionne.

Uma fraca recuperação ocorreu no fim de 2013, mas a taxa de utilização das fábricas na Europa continua abaixo dos 80% considerados como limite de rentabilidade. Estudo do Credit Suisse menciona taxa de utilização abaixo de 70%, apesar de recentes fechamentos de fábricas da Opel em Bochum (Alemanha) e da Peugeot em Aulnay-sous-Bois (França).

O governo francês procura injetar 3 bilhões de euros nos construtores nacionais, uma parte em associação com a chinesa Dongfeng na PSA.

Euler Hermes mostra uma situação completamente inversa na China e nos Estados Unidos, que representam mais de 55% da venda global de carros.


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Na China, as vendas voltaram a ter duplo dígito de crescimento em 2013 (+15,7%) e bateram o recorde de quase 18 milhoes de unidades. O país consolidou-se como o maior mercado do mundo, onde construtores ocidentais têm 60% do mercado por meio de joint ventures com estatais chinesas.

Para 2014, as projeções são de que o crescimento continuará em torno de 10%, com o mercado chinês podendo registrar 20 milhões de vendas de carros.

Nos Estados Unidos, segundo maior mercado do mundo, as vendas aumentaram 7,5% em 2013, com 16 milhões de unidades. A expectativa é de alta de 4% neste ano, para 16,5 milhões de unidades. A indústria automotiva americana continua a melhorar a competitividade.

Por sua vez, na Rússia, na Índia e no Brasil, Euler Hermes constata declínio de vendas - entre 3% e 10% em 2013 -, mas as projeções são de alta neste ano.

Na Rússia, o governo anunciou subsídios de quase 6 bilhões de euros para pesquisa e desenvolvimento e compensação por custos de adaptação a novos padrões de emissões.

Por Assis Moreira/ Valor Econômico


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