Atender a uma grande empresa exige uma estrutura mais profissional, cumprir prazos e obedecer uma série de exigências legais e fiscais. O cenário promissor da exploração e produção de petróleo enseja otimismo na Help Marine, sediada em Santos (SP) e especializada em oferecer grande variedade de produtos às indústrias naval, siderúrgica e de construção civil. Desde 2007, a empresa está no cadastro da Petrobras, apta a fornecer acessórios para a estatal. "Tivemos de olhar a questão fiscal, porque não tínhamos alguns documentos necessários, como certidões negativas de dívidas com impostos estaduais, por exemplo", afirma o gerente de vendas da empresa, Jackson Pedrosa.
Esses papéis acabaram sendo úteis para a empresa fornecer para outras grandes empresas, como Usiminas, Cosipa e Wilson, Sons. Para os próximos 12 a 24 meses, as expectativas são positivas. "Há uma movimentação de contratação em refinarias e na construção de barcos de apoio e de plataformas", frisa. Antecipando-se ao aumento dos negócios, a empresa está alugando um novo galpão, com mil metros quadrados. "Não tínhamos capacidade para estocar grandes volumes, agora teremos."
O número de funcionários também irá aumentar: quatro pessoas serão incorporadas ao quadro, o que elevará para 23 o número de empregados. A receita, que em 2013 teve alta de 8%, deve crescer 20% neste ano. Hoje cerca de 60% dela está relacionada a serviços ofertados para o setor de óleo e gás. Mas esse percentual deverá chegar a 100% nos próximos cinco anos. "Estamos firmando várias parcerias com fabricantes de máquinas e equipamentos para aumentar a gama de produtos."
Inovação é outra arma que a empresa tem buscado reforçar. A Help Marine está em contato estreito com um prestador de serviços brasileiro que trabalha no porto de Roterdã (Holanda), um dos maiores e mais competitivos do mundo. "A ideia é olhar os equipamentos que estão sendo usados ali e que poderão ser trazidos para o Brasil", afirma Pedrosa. O sistema de informação da empresa está sendo atualizado. O que era feito em um ou dois dias, agora leva minutos. A frota também passa por renovações. Antes eram três caminhões. Hoje são quatro - uma carreta, dois caminhões menores e um intermediário. " O setor de óleo e gás deverá ter um boom importante no Brasil nos próximos anos", destaca.
O pré-sal também está atraindo a atenção da costureira Rosa Maria Conceição Muratori, dona da confecção Kabataon, em Cubatão (SP). A empreendedora tem participado de rodadas de negócios realizadas pelo Sebrae na Baixada Santista, sobre o potencial de negócios por conta da exploração da camada de pré-sal. "Estou começando a me preparar para ver o que tenho de fazer para poder fornecer para essas empresas de petróleo", afirma ela, que ano passado faturou R$ 50 mil.
Por Roberto Rockmann/ Valor Econômico