A indústria naval brasileira vive um novo ciclo de fortalecimento com a aprovação de R$ 22 bilhões em financiamentos por parte do Governo Federal, no início deste mês. Trata-se do maior volume já autorizado em uma única reunião do Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante (FMM), vinculado ao Ministério de Portos e Aeroportos (MPor). De acordo com informações divulgadas pela Agência Gov, os recursos serão direcionados a 26 projetos que incluem construção de navios, reparos, docagens, ampliação de estaleiros e novas infraestruturas portuárias.
O ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, declarou que o investimento recorde confirma a prioridade do governo na retomada do setor naval. Segundo ele, apenas na atual gestão, já foram aprovados mais de R$ 60 bilhões para projetos ligados à indústria naval, com o objetivo de impulsionar sua competitividade e relevância estratégica.
Entre os destaques da carteira de projetos estão a construção de oito navios gaseiros pela Petrobras, com aporte de R$ 4,1 bilhões, e quatro embarcações do tipo RSV a cargo da DOF Subsea Brasil, que somam R$ 3,2 bilhões. No campo da infraestrutura, os investimentos abrangem a modernização do estaleiro Green Port (R$ 242 milhões), a ampliação do Tecon Rio Grande (R$ 533 milhões) e a construção de um novo terminal de exportação de minério em Itaguaí (R$ 3,9 bilhões), este último dentro da carteira de licitações portuárias de 2024.
O impulso aos investimentos é resultado, em parte, da nova regulamentação aprovada no fim de 2024. A Resolução CMN nº 5.189, segundo o governo, trouxe avanços regulatórios significativos, como a eliminação da taxa mínima de juros para financiamentos, ampliação do prazo de amortização para projetos de docagem e a inclusão de itens como plataformas e seus módulos no escopo de financiamento.
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A agenda de retomada do setor naval continuará ao longo de 2025, com mais três reuniões previstas do Conselho Diretor do FMM. Do total aprovado até agora, R$ 15,4 bilhões se referem a novos projetos, enquanto R$ 6,7 bilhões são reapresentações. O pacote sinaliza uma política industrial mais ativa e focada na reindustrialização da cadeia marítima brasileira, com impactos diretos na geração de empregos, inovação tecnológica e ampliação da infraestrutura logística do país.
