A economia dos Estados Unidos cresceu 2,8% no terceiro trimestre, em ritmo mais rápido do que o esperado, derrubando bolsas no mundo inteiro. O mercado teme que a melhora no ritmo de atividade, e os dados de emprego, que serão divulgados nesta sexta-feira (8), provoquem a redução do programa de estímulos do Federal Reserve, banco central norte-americano, ainda este ano.
O Fed injeta US$ 85 bilhões por mês na economia dos EUA e parte destes recursos costuma migrar para países emergentes, em busca de rendimentos maiores. Se a política mudar, porém, o dinheiro voltará aos EUA, o que causa o nervosismo ao redor do planeta.
Nos EUA, a alta do PIB fez os mercados de ações iniciarem o pregão em alta, mas a tendência se inverteu ao longo dia. O Dow Jones, principal indicador da Bolsa de Nova York, caiu 0,97% e o índice Standard & Poor’s recuou 1,32%, chegando ao nível mais baixo desde 27 de agosto.
Além da iminência de mudança na política do Fed, analistas observaram que a recuperação norte-americana ainda não está clara. A expansão do terceiro trimestre foi baseada na recomposição de estoques. Se esse item for excluído, o crescimento cai para 2%. “Isso sinaliza que o quarto trimestre não será tão bom. Outros números, como a desaceleração nos gastos das empresas e dos consumidores, apontam fraqueza da atividade econômica”, avaliou o analista da Tendências Consultoria Silvio Campos, para quem a redução dos estímulos deve ficar para 2014.