Argentina vai manter barreira por dois anos

O governo da presidente Cristina Kirchner persistirá na aplicação das barreiras comerciais até o fim do seu mandato, em 2015.

O anúncio foi feito pelo secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, que afirmou, para uma centena de empresários, que as barreiras continuarão  "pelos próximos dois anos". De acordo com Moreno, os empresários deverão aproveitar esses dois anos para "melhorar a competitividade, de forma a estarem prontos quando forem suspensas as barreiras aplicadas aos produtos provenientes do exterior.
 
Moreno é o responsável pela aplicação da diretriz anunciada pela presidente Cristina em dezembro em 2011, pouco depois do início do segundo mandato.
 
O Brasil é um dos principais atingidos pelas barreiras protecionistas argentinas. Os produtos também são alvos de ordens verbais emitidas pelo secretário Moreno, que provocam a paralisação de caminhões com mercadorias brasileiras na fronteira.
 
Além destes obstáculos, desde fevereiro do ano passado, o governo argentino também aplica as Declarações juramentadas Antecipadas de Importação (DJAI), que obrigam todas as empresas que querem importar a apresentar, de forma prévia, um relatório detalhado ao organismo de arrecadação tributária - o empresário só pode importar com a resposta positiva do governo argentino, que não tem prazo para emitir uma decisão".
 
A consultoria Abeceb anunciou ontem (2) que o intercâmbio comercial entre o Brasil e a Argentina foi de US$ 3,094 bilhões em agosto. Isso equivale a 4,8% menos do que no mesmo mês de 2012. Ainda em agosto, o Brasil teve superávit de 534 milhões com o mercado argentino, aumento de 528% na comparação com o mesmo mês do ano passado.