Planejamento estratégico para resultados eficazes

Planejamento estratégico para resultados eficazes

O planejamento estratégico, momento no qual as empresas planejam o seu futuro, embora seja amplamente praticado, muitas vezes, não atinge os objetivos propostos. Fica, então, a percepção de que é um processo obrigatório a ser realizado em determinada época do ano para atender aos anseios dos investidores e do conselho de administração, mas que não gera um retorno prático. Então, como garantir resultados eficazes?   

Uma mudança no foco é necessária. No Brasil, pesquisas realizadas pela consultoria Everis demonstram que a vertente mais latente no planejamento estratégico é a análise da concorrência, compondo 80% do esperado com ele. Já no mundo, este foco está voltado para o retorno financeiro que a estratégia proporcionará, como o crescimento de receita e o retorno sobre o investimento (ROI), constituindo aproximadamente 70% dele, um método mais sofisticado de mensurar o retorno do que o modelo nacional, uma vez que considera uma maior gama de variáveis na análise. Contudo, com as empresas nacionais conquistando dia-a-dia uma relevância internacional maior, deve haver uma mudança no foco brasileiro.
            
Há, ainda, outras formas de tornar esse plano estratégico mais eficaz. A ampliação das análises realizadas durante a elaboração é uma delas. Hoje, o benefício desse elemento no planejamento é percebido em apenas 30% das empresas no Brasil. A importância de valorizar esse ponto está no foco, que passa a ser o ambiente no qual está inserida. Dessa forma, as análises que são realizadas durante a elaboração como SWOT, forças de Porter, benchmarks e análise de cenários serão potencializadas.
           
Antes de finalizar o plano, ainda é imprescindível calcular o alcance e aceitação dele pela companhia como um todo, traduzindo-o em resultados para a empresa. Essa última etapa pode gerar dificuldade devido a uma série de fatores, destacando o não entendimento dele ou a resistência às mudanças propostas.
            
Para driblar os possíveis problemas, a empresa deve atuar na criação de uma estrutura que permeie a implantação do planejamento estratégico, com a estruturação de uma governança, o desenho do processo decisório, a gestão do portfólio de projetos e a definição dos indicadores que serão acompanhados por meio do Balanced Scorecard. Além disso, a empresa deve se certificar de que os processos e estruturas estão em linha com a estratégica traçada.
            
É necessário, complementarmente, potencializar a aceitação do planejamento em todos os níveis da organização com a avaliação e a análise ativa dos stakeholders, por exemplo.
           
Outra alternativa utilizada por companhias de diversos portes, visando garantir ainda mais a efetividade do planejamento estratégico, é o apoio de parceiros durante diferentes momentos do ciclo do plano, seja no auxílio das análises ou no acompanhamento dele após a conclusão.
            
Uma vez levados em conta e tratados os elementos apresentados, as empresas ampliarão a perspectiva de análise e assegurarão que o plano definido será efetivamente formulado e implantado, potencializando os resultados esperados dele e, assim, gerando um circulo virtuoso para toda a organização.
 
 
* Raphael Saueia Bueno é gerente da Unidade de Business Consulting da Everis