Pesquisa aponta queda no otimismo do empresariado

O Brasil caiu da sexta para a décima quarta posição no ranking mundial de otimismo.

 

O otimismo do empresariado brasileiro caiu para o menor nível desde 2011, indica pesquisa da empresa de auditoria e consultoria Grant Thornton International. Segundo o International Business Report (IBR), embora 48% dos empresários no Brasil estejam otimistas com relação à economia local nos próximos 12 meses, o percentual representa uma queda de 29 pontos percentuais em relação ao último trimestre.
 
De acordo com o documento, os empresários apontaram como gatilho para a alteração de humor um cenário de crescimento menos promissor e uma perspectiva de aceleração da inflação, o que é ratificado por outro número: 45% dos empresários brasileiros afirmaram que pretendem elevar os preços ao longo do ano, acima dos 38% registrados no trimestre anterior, bem acima da média global, de 25%, e mais uma vez o maior nível desde 2011.
 
Diante desse quadro, o Brasil caiu da sexta para a décima quarta posição no ranking mundial de otimismo. O estudo é feito com 12 mil empresas em 44 economias. Dentro desse universo, 300 companhias brasileiras de médio e grande portes foram pesquisadas, nos setores de manufatura (25%), varejo (15%), construção (10%) e outros (25%).
 
Nem tudo, no entanto, é pessimismo. O estudo aponta que 79% dos executivos brasileiros consultados preveem aumento das receitas em 12 meses, uma alta de 15 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior, e 66% estimam elevar lucros no período. Do lado do mercado de trabalho, 48% esperam contratar mais em 12 meses e 44% almejam investir em máquinas e equipamentos em 2013.
 
Globalmente, o otimismo dos executivos aumentou. A questão é que esse otimismo partiu de taxas extremamente baixas. Segundo a pesquisa, 27% dos empresários globais se mostram otimistas, ante 4% nos três meses anteriores. Entre os países mais otimistas destacam-se economias cujos desempenhos são bastante comparados à economia brasileira: Peru (98%), México (82%) e Chile (80%). Na contramão, a Europa continua sob dúvidas. No mundo, o setor mais otimista com a economia é o de saúde (54%), seguido pelo de mineração (50%) e restaurantes e hotelaria (43%).