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Jorge Gomes do Couto    |   26/11/2024   |   Indústria Metalmecânica - Rio de Janeiro   |  

Qualificação profissional: problema ou solução?

Exclusiva

A carência de mão de obra qualificada é um problema crescente no Brasil, que compromete a competitividade das empresas

No último dia 12 de novembro, a Firjan promoveu um Encontro Estratégico do setor metalmecânico, reunindo empresários do Estado do Rio de Janeiro para discutir desafios que afetam o segmento, como carga tributária, segurança pública, acesso ao crédito e a qualificação profissional. Este último tema destacou-se como um dos principais gargalos enfrentados pelo setor.

Da esquerda para a direita, Carlos Eduardo de Sá Baptista, presidente do Sinmetal/CEM Rio, José Guilherme Neto e Jorge Gomes do Couto, diretores da mesma entidade. Imagem: Paula Johas/ Firjan

A carência de mão de obra qualificada é um problema crescente no Brasil, que compromete a competitividade das empresas. O cenário é agravado pela dificuldade de atrair jovens para a área industrial, pela necessidade de atualização tecnológica e pela iminente aposentadoria de profissionais experientes. Um exemplo emblemático vivi recentemente, ao visitar uma indústria no Rio e encontrar um operador de torno de 85 anos, ainda em atividade, o que evidencia a escassez de novos talentos capacitados para assumir funções críticas.

É preciso qualificar

Dados do Mapa do Trabalho Industrial 2025-2027, do Observatório Nacional da Indústria, são alarmantes: o Brasil precisará qualificar 14 milhões de profissionais até 2027, sendo 2,2 milhões para novas vagas e 11,8 milhões para requalificação. O setor metalmecânico é uma das áreas com maior demanda, com mais de 3,2 milhões de postos projetados, refletindo a necessidade urgente de capacitação.

No Rio de Janeiro, a projeção indica que a área metalmecânica demandará cerca de 100 mil trabalhadores até 2027, sendo a terceira área mais representativa no estado, atrás de logística e construção. As empresas enfrentam um duplo desafio: modernizar suas operações para atender a um mercado cada vez mais tecnológico e sustentável, enquanto buscam soluções para capacitar suas equipes.

Uma visão de futuro

A transformação digital, a inovação e a sustentabilidade são tendências que pressionam as empresas a investir em qualificação. Por outro lado, o desinteresse das novas gerações por funções industriais e a resistência da "geração prateada" a se adaptar às mudanças tecnológicas tornam o desafio ainda mais complexo. É essencial preparar gestores e líderes para lidar com essas questões, adotando estratégias que promovam a formação técnica e socioemocional dos colaboradores e seus familiares, que poderiam estar se qualificando, mas que não demonstram interesse na formação técnica operacional.


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No encontro promovido pela Firjan, uma solução destacada foi a utilização de ferramentas oferecidas por entidades como Senai e IEL, além de programas como o Prodimm, que adequam treinamentos às necessidades específicas das empresas. Raul Sanson, vice-presidente da Firjan, destacou que "a colaboração entre empresários é essencial para alinhar ações estratégicas que fortaleçam o setor".

Caminhos para a qualificação

Para enfrentar o déficit de qualificação, as empresas devem adotar uma postura proativa, investindo em:

  • Planejamento estratégico de longo prazo, focado em resultados;
  • Mapeamento das competências técnicas e comportamentais necessárias;
  • Engajamento dos colaboradores e de suas famílias para a importância da capacitação;
  • Parcerias com sindicatos patronais e instituições como Senai e IEL;
  • Criação de programas personalizados, como o Prodimm, que conectam empresas a soluções de treinamento eficazes.

Por que investir?

A qualificação profissional é um investimento estratégico, não um custo. Ela reduz erros, aumenta a produtividade e eleva a competitividade. Dados do Mapa do Trabalho Industrial mostram que setores com mão de obra capacitada têm maiores chances de crescer, mesmo em cenários econômicos desafiadores. Além disso, programas de formação técnica precisam atrair jovens para o mercado, assegurando a continuidade e renovação do setor e isso só será possível se a empresa se sentir parceira e atuar de forma proativa nesse processo.

Para empresários do setor metalmecânico, a qualificação é mais do que uma solução: é uma questão de sobrevivência e um caminho para o crescimento sustentável. Apostar no desenvolvimento de talentos é preparar suas empresas para um futuro mais competitivo, inovador e alinhado às demandas do mercado global.

O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.
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Jorge Gomes do Couto

Diretor do Centro Empresarial das Indústrias Metalúrgicas do Município do Rio de Janeiro (CEM Rio)

Indústria Metalmecânica - Rio de Janeiro

CEM RIO – CENTRO EMPRESARIAL DAS INDÚSTRIAS METALÚRGICAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO

O SINMETAL – Sindicato das Indústrias Metalúrgicas no Município do Rio de Janeiro foi fundado em 09 de setembro de 1937. Sua História é de glórias! Apesar das várias transformações vividas ao longo de sua existência, pode-se afirmar, pela leitura de seus arquivos, que é verdadeira fonte da História Industrial Brasileira e até hoje, mesmo diante dos momentos mais difíceis, das crises econômicas, políticas e sociais que o Brasil e o Rio de Janeiro sofreram, nestes 86 anos de sua existência, os princípios que nortearam a Entidade sempre foram os da transparência, da ética e de muita luta em busca de uma economia estável, da geração de renda e emprego, do crescimento industrial, do bem-estar social e do fortalecimento das empresas, independentemente do seu tamanho, faturamento ou condição econômica.

Em 2021 o SINMETAL criou o CEM RIO, um Comitê Empresarial referência para interação dos negócios no Rio de Janeiro, agindo como um fórum de discussões, sugestões e busca de soluções para o segmento.

Em 2022, o Comitê passou a ser considerado como um Centro Empresarial e o nome CEM RIO – CENTRO EMPRESARIAL DAS INDÚSTRIAS METALÚRGICAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO foi aprovado para constar do Estatuto da Entidade como seu nome de marca. Na prática, portanto, será conhecido como CEM RIO e dele poderão participar empresas metalúrgicas e outras que exerçam atividades afins ou com interesses similares, que desejarem participar do CEM RIO.

Assim todas as atividades sociais serão conduzidas pelo CEM RIO, um nome que nasceu forte, um Centro que reúne empresários com o objetivo principal de fortalecer as micros, pequenas, médias e grandes empresas.