por Jorge Gomes do Couto    |   10/07/2024

Desindustrialização do parque fabril metalmecânico e o PRODIMM

Exclusiva

A dura realidade da desindustrialização no estado do Rio de Janeiro

Em uma publicação do Valor Econômico de julho de 2021, foram revelados dados alarmantes sobre a perda industrial no Estado do Rio de Janeiro: Entre 2014 e 2019, o estado perdeu quase 20% do seu parque fabril, resultando no fechamento de mais de 3 mil fábricas e na perda de cem mil empregos, segundo a Rio Indústria. Entre as grandes e médias indústrias, o estado perdeu 159 empresas em cinco anos, segundo Sérgio Duarte, da Indústria de Temperos e Alimentos Chinezinho.

A indústria metalmecânica, um dos pilares da economia fluminense, tem enfrentado um processo contínuo de desindustrialização. O declínio não reflete apenas a perda de empregos, mas também a redução do número de empresas operantes, incluindo metalúrgicas, estaleiros e fundições.

A solução para reverter essa situação envolve investimentos em capacitação e infraestrutura, além de pressionar os gestores públicos para a implementação de políticas públicas eficazes. Robson Braga de Andrade, empresário e ex-presidente da CNI, destacou em artigo publicado pela Agência de Notícias da Indústria, em outubro de 2022, a importância do desenvolvimento científico e tecnológico como fonte de produtividade e competitividade. Ele comparou os investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) de países como Estados Unidos, China e Coreia do Sul com o Brasil, que investe apenas 1,2% do PIB em P&D.

Para conter a desindustrialização e promover a reindustrialização, o governo lançou a Nova Indústria Brasil (NIB), uma política pública de Neoindustrialização a ser implementada nos próximos dez anos. Empresários e suas representações precisam acompanhar de perto a aplicação de verbas públicas e utilizar todos os recursos disponíveis para fortalecer o setor e reverter a desindustrialização, que resulta de fatores como falta de investimentos, aumento da concorrência internacional, custos elevados e políticas econômicas desfavoráveis.

PRODIMM

Para enfrentar esses desafios, o CEMRIO/SINMETAL - Centro Empresarial da Indústria Metalúrgica do Município do Rio de Janeiro, com apoio da FIRJAN – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, criou o Programa de Desenvolvimento da Indústria Metal Mecânica no Rio de Janeiro (PRODIMM). Este programa visa fortalecer as empresas associadas aos sindicatos metal mecânicos do Grupo 19, e pode ser replicado para outras indústrias fluminenses e até de outros estados.


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O PRODIMM busca ampliar a visão estratégica dos empresários e gestores, criando oportunidades de desenvolvimento e melhoria dos negócios. Isso inclui o conhecimento dos serviços prestados pelas entidades do Sistema FIRJAN, como SENAI, SESI, IEL e Casa FIRJAN, promovendo crescimento organizacional, competitividade e satisfação dos empregados.

A primeira fase do PRODIMM, iniciada com visitas guiadas a centros de excelência, já mostrou resultados promissores. Cerca de 35 empresas e dirigentes sindicais conheceram de perto os serviços oferecidos, evidenciando a capacidade de transformação e modernização do setor. A segunda fase, que envolve a implementação de planos específicos de desenvolvimento industrial, promete ainda mais impacto e está em plena execução, com indústrias de pequeno porte buscando fortalecimento no mercado.

Para alcançar uma recuperação efetiva, é fundamental mudar mentalidades, reconquistar empresários e investir na pequena e média empresa do segmento. Apenas com um esforço conjunto e sustentado será possível preparar o parque fabril do Rio de Janeiro para os desafios da transformação digital e da reindustrialização.

O SINMETAL/CEMRIO, com o apoio da FIRJAN, lidera esse movimento através de treinamentos, programas de capacitação e ações focadas em alinhar as competências existentes às demandas do mercado, aumentando a competitividade do setor.

Em resumo, a recuperação da indústria metal mecânica no Rio de Janeiro depende de uma combinação de capacitação, inovação e investimento. É preciso agir agora para garantir um futuro sustentável e próspero para o setor e para o estado. Para mais informações sobre o PRODIMM e suas atividades, entre em contato com as entidades envolvidas e participe dessa iniciativa transformadora.

O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.

Jorge Gomes do Couto

Empresário e Consultor, com carreira sólida na área industrial. Formado em Direito pela UERJ, pós-graduado em Gestão de Recursos Humanos pela UGF e Mestre em Direito, com concentração em Biodireito, Ética e Cidadania pelo UNISAL - SP. Possui certificação em Coaching pelo IBC e em Consultoria de Cidades Inteligentes pelo ISC. Atuou por 35 anos como Gerente de Recursos Humanos em empresas nacionais e multinacionais, além de ser Consultor de empresas como AKG do Brasil e Saint Gobain do Brasil. Com 18 anos de experiência docente, lecionou em instituições como UNISAL e UNIFATEA em cursos de graduação e pós-graduação. Também foi Secretário de Cultura e Turismo de Lorena - SP, Diretor da ACIAL e Consultor de Qualidade, Segurança no Trabalho e Recursos Humanos na PHOCUS Educação Corporativa. Atualmente, é Diretor do CEM RIO e Coordenador do GRHPS/CEM RIO.