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Francisco Marcondes | 29/08/2021
Notícias
Para as ferramentarias, competir nos mercados da indústria do plástico exige, obviamente, qualidade, precisão, preços e prazos competitivos. Flexibilidade para se adaptar às necessidades mais urgentes do cliente também é fundamental. Essas premissas refletem no planejamento estratégico da empresa, que irá exigir ferramentas mais versáteis e até máquinas multitarefas, com cinco ou mais eixos programáveis, a fim de usinar uma peça completa em uma única fixação, por exemplo. Máquinas, sistemas computacionais, ferramentas e instalações, no entanto, o dinheiro compra. Mas onde encontrar profissionais qualificados, com domínio das tecnologias equivalentes a dos países mais desenvolvidos, para fazer frente à concorrência externa?
A situação de muitas ferramentarias nacionais é bastante desafiadora. Há casos em que uma concorrente global, obtém o pedido; elabora o processo; fabrica; fatura e consegue colocar o molde em solo brasileiro em prazos menores do que os fabricantes locais.
A superioridade externa não vem apenas de um parque de equipamentos mais atualizados. Nesse mercado quem ainda mantém as portas abertas é porque conhece o assunto e sabe muito bem como fabricar um molde.
As empresas mais competitivas desse segmento são extremamente digitalizadas. Valem-se da inteligência artificial para definir as melhores estratégias de fabricação, envolvendo projetos, processos, definição dos parâmetros de corte para usinagem, programação CNC otimizada, bancos de dados, monitoração de resultados, etc.
Nenhum especialista, sem esse tipo de apoio conseguirá ser tão eficaz. Por último, mas não menos importante, há no mercado local uma escassez de profissionais qualificados, tanto para gerir, quanto para operar a fábrica.
O custo inicial de máquinas e equipamentos de alto rendimento, tanto quanto os de sistemas CAD, CAM, CAE e PDM assusta muitos empreendedores. Com certeza, exige coragem e só quem percebeu, acreditou, investiu e venceu sabe o quanto isso é verdade. Sem esse tipo de recursos é muito difícil sair da marginalidade do mercado.
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Dentro desse cenário, o SENAI, assumindo seu importante papel tanto na formação de jovens profissionais, quanto na atualização dos já atuantes no mercado, entendeu que necessitava atualizar seus cursos.
Para tanto, contou com as recomendações de especialistas do segmento, como por exemplo, Vincenzo Senatore (consultor) e Christian Dihlmann (presidente da ABINFER – Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais), obtidas em diversas reuniões de planejamento (figura 1).
Também, foi ao mercado ouvir as recomendações das indústrias do segmento – tanto fabricante quanto consumidor, para entender as principais carências e expectativas a serem atendidas pelos novos cursos, que já se encontram disponíveis para a comunidade.
Três unidades foram selecionadas para iniciar o projeto: Escola SENAI Mario Amato – São Bernardo do Campo; Escola SENAI Celso Charuri – Guarulhos e Escola SENAI Conde Alexandre Siciliano – Jundiaí, todas no estado de São Paulo e de forma gradativa será ampliado para as demais unidades que atuam no setor.
Os novos cursos estão focados na formação de mecânicos de usinagem, projetistas e construtores, todos voltados para a manufatura de moldes para injeção de plásticos. O planejamento foi direcionado a formar ou atualizar profissionais, para serem capazes de responder a necessidade da indústria, em termos de qualidade, produtividade, comportamento e atitude, na intensidade certa e no momento certo.
Entre as novidades mais significativas, destacam-se as seguintes.
Os instrutores desses cursos passaram por um processo de capacitação de 6 meses contínuos e foram habilitados a treinar e transferir conhecimentos nas seguintes áreas:
As peças usinadas nos exercícios práticos são produzidas com materiais de uso corrente nas ferramentarias, tais como P20, VND, Cromo Níquel e Inox 420.
As peças a serem executadas foram embasadas em moldes reais da indústria do plástico, valendo-se de modelamento em software 3D e usinagem do conjunto (macho e matriz) em máquinas CNC (figura 2).
Essas peças e conjuntos utilizados na capacitação dos instrutores serão as mesmas realizadas pelos alunos nas aulas práticas (figura 3) .
Todos os programas são validados por simulação (figura 4), otimizando os tempos de produção e servem para prevenir colisões ou eventuais erros de processo. Na indústria moderna não há protótipos, tudo deve ser feito certo na primeira vez e os alunos precisam incorporar esse conceito.
A capacitação dos treinandos conta com laboratórios (figura 5) e utilização de softwares dedicados para modelamento e detalhamento das peças a serem usinadas, com programação CAM para centros de usinagem e tornos CNC. Tudo com foco na otimização de tempos e custos, contemplando sempre a estratégia que se apresentar como a mais competitiva.
Várias empresas com tecnologia de ponta contribuíram para a montagem de um material didático, o mais atualizado possível, incluindo catálogos e manuais. Como complemento, palestras técnicas com especialistas dessas empresas são organizadas periodicamente, para que instrutores e alunos possam atualizar informações diretamente com os fabricantes.
As peças produzidas pelos professores foram submetidas a avaliações tridimensionais criteriosas e inspecionadas (figura 6) por Vincenzo Senatore (um dos maiores especialistas em moldes plásticos do Brasil), o qual fez suas recomendações sobre pontos de melhoria instrutor por instrutor.
Foi elaborado todo um conjunto de material didático para dar suporte a implementação de novas tecnologias. A comunicação visual é bastante atrativa e muitas referências foram desenvolvidas junto às empresas do setor. O projeto contou com a colaboração de especialistas, instrutores e o apoio de empresas que acreditam no potencial industrial do país.
Todo progresso depende, necessariamente, de uma educação profissional de alta qualidade.
A elaboração de um novo arranjo físico de equipamentos (figura 8) observou as tendências mundiais de organização do chão de fábrica visualizando a melhoria do fluxo de produção.
Os módulos do curso e respectiva carga horária foram estabelecidos de modo a ser suficiente para formar um profissional pronto para gerar resultados. Na figura 9 está apresentada a evolução dos módulos do curso e respectiva carga horária.
Os alunos terão a oportunidade de entender melhor todos os elementos que influenciam a produção de um molde.
Conceitos
Estudo do produto;
Injetoras para plásticos;
Polímeros – Materiais plásticos;
Projeto do produto;
Projeto do molde;
Planejamento do processo de construção do molde.
Aplicação
Projeto do molde; Construção do molde.
Softwares avançados
A tecnologia dos softwares 3D favorece a otimização de tempo na interpretação do projeto, facilitando o aprendizado dos alunos (figura 10).
Viabilizam analisar diversos detalhes, como o preenchimento do material dentro das cavidades de um molde, com seus respectivos comportamentos em relação a tensões, contrações, empenamentos, alinhamento da cadeia polimérica, saída de gases, e outros requisitos (figura 11).
Também permitem uma visualização geral do molde, sendo possível à aplicação de diferentes cortes conforme necessidade do detalhamento (figura 12).
Outro recurso da tecnologia dos softwares 3D é o da geração de uma cinemática, sendo possível demonstrar todos os componentes do molde em movimento, em sua sequência de montagem.
Com o propósito de aprimorar as competências socioemocionais, tais como espírito de equipe, organização, disciplina, força de vontade, liderança, ética, proatividade, criatividade, entre outros valores, os alunos desses cursos também fazem leituras complementares, fora do horário de aula, com livros disponibilizados pelo SENAI. Após a leitura, realizam apresentações sobre o que aprenderam com os livros.
O empresário necessitado de um menor aprendiz, um jovem profissional tecnicamente bem formado ou necessitando atualizar os conhecimentos de algum de seus profissionais já efetivos, encontrará no SENAI a melhor solução, podendo inclusive desenvolver uma capacitação sob medida.
Informações complementares poderão ser obtidas junto as seguintes escolas, nos seguintes endereços:
Escola SENAI "Celso Charuri" - Unidade Guarulhos.
Av. Carmela Dutra, 380 -Jardim Presidente Dutra -Guarulhos/SP
CEP 07170-150Telefone: (11) 2088-7120 | E-mail: [email protected]
Escola Senai “Mario Amato”
Av. José Odorizzi, 1.555 -Assunção -São Bernardo do Campo/SP
CEP 09861-000Telefone: (11) 4344-5000 E-mail: [email protected]
Escola Senai "Conde Alexandre Siciliano”
Rua Engº Roberto Mange, 95 -Anhangabaú -Jundiaí/SP
CEP 13208-200Telefone: (11) 4523-6400
E-mail: [email protected]
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