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Rogério Vitalli    |   05/03/2018   |   Robótica Industrial Avançada   |  

Engenharia Robótica®: A nova Profissão da Indústria Avançada

Na Indústria 4.0 tornou-se comum dialogarmos constantemente com máquinas programáveis que reduzem o tempo produtivo, otimizam a capacidade de produção e ajudam a reduzir o risco de erros e de desperdício também. Mas, para os próximos anos, a tendência tecnológica tem apontado para um caminho ainda mais profundo: aquele em que a robótica vai conseguir reproduzir muitas das tarefas que, hoje em dia, ainda não consegue assimilar. E não faltam exemplos que nos mostram isso: de carros autônomos a sistemas de computação cognitiva, há um pouco disso tudo representado nos mais variados setores de nossa sociedade. O segredo dessa significativa mudança da Indústria 4.0 consiste, justamente, em acrescentar elementos cognitivos nos sistemas, fazendo com que aprendam cada vez mais e reajam de acordo com a melhor resposta possível diante de uma variável ampla de decisões abrindo campo para a Engenharia Robótica. Outras áreas de atuação também estão asseguradas. A medicina e a administração são algumas delas, pois já são setores em que o elemento humano é fundamental, mas profundamente amparado pela tecnologia. O pensamento tem seguido mais para o caminho das tarefas que podem ser melhor trabalhadas por uma máquina, reduzindo cada vez mais o trabalho manual das pessoas. Viraremos, portanto, peças-chave na condução das empresas, como elementos estratégicos e com menos tarefas mecânicas e repetitivas. Há de se observar que vamos estar diante de um novo cenário de aprendizado, planejamento e, claro, adequações.

A Robótica é um ramo interdisciplinar de Engenharia Mecatrônica que inclui engenharia mecânica, engenharia elétrica, e engenharia da computação. A Engenharia Robótica trata do design, construção, operação e programação de robôs, bem como sistemas controle sofisticados, feedback sensorial, inteligência artificial e processamento dessas informações. Essas tecnologias são usadas para desenvolver máquinas que possam substituir humanos. Os robôs podem ser usados ​​em qualquer situação e para qualquer finalidade, mas hoje muitos são usados ​​em ambientes perigosos (incluindo detecção e desativação de bombas), processos de manufatura na indústria avançada, agronegócio, ou onde os seres humanos não podem sobreviver. Os robôs podem assumir qualquer forma, mas alguns são feitos para se assemelhar aos seres humanos na aparência. Isto é dito para ajudar na aceitação de um robô em certos comportamentos replicantes geralmente realizados por pessoas. Esses robôs tentam replicar caminhadas, levantamentos, fala, cognição e, basicamente, tudo o que um ser humano pode fazer. Muitos dos robôs de hoje são inspirados pela natureza, contribuindo para o campo da robótica biônica. A Engenharia Robótica também é usada em STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) como uma ferramenta de ensino para crianças e jovens. A atmosfera aberta e colaborativa permite o compartilhamento de ideias com outros pesquisadores, estudantes, professores e promove uma comunidade envolvida e apaixonada enquanto trabalham em descobertas inovadoras em robôs médicos, planejamento de movimentos de robôs, interação humano-robô e muito mais.


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O maior produtor mundial de robôs industriais é o Japão. A capacidade de produção chegou em 156 mil unidades, o mais alto nível já registrado até hoje. Com base nessa produção a “Japanese Robot Association – JARA,” espera um crescimento da ordem de 10% de produção e instalação até 2020. O Japão exportou cerca de 115 mil unidades em 2016 para o resto do mundo. Em cifras são 309 bilhões de YEN (cerca de US$ 2,7 bilhões) conquistados pelo governo e por empresas japonesas que já possuem um forte índice de robotização e inovação. Paradoxalmente, no mesmo ano o Brasil entrava na maior recessão da indústria nacional sem escala de precedentes.

No Brasil, nós precisamos de uma profissionalização para os cargos e vagas de “robotistas” que estão sendo criados pelas indústrias. Como exemplo, eu posso citar o Instituto Avançado de Robótica® - I.A.R. (www.iar.eng.br) que possui uma verdadeira competência e paixão pela robótica em tudo o que fazem. Possuem uma equipe dedicada e entusiasmada, juntamente com fortes conexões da indústria, realizam pesquisas inovadoras e fornecem mão-de-obra qualificada para a indústria avançada. Nossos alunos são muito bem preparados para enfrentar os desafios técnicos, sociais, culturais e éticos de uma força de trabalho de robótica que permanece dinâmica e em constante mudança. Com alguns dos instrutores mais amplamente respeitados no Brasil e cursos avançados de robótica industrial, os estudantes de pós-graduação do Instituto Avançado de Robótica – I.A.R. transformam a teoria em prática enquanto fabricam robôs, criam softwares para operá-los, compreendem como os robôs industriais se comunicam e estudam as implicações éticas de usar robôs em um mundo colaborativo onde o foco está no ser humano.

Eu sou o Rogério Vitalli, diretor do I.A.R. e vou escrever como colunista no portal CIMM

O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.
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Rogério Vitalli

Engenheiro Mecatrônico pela USP (São Paulo) e Mestre em Robótica Industrial pelo ITA (São José dos Campos). Foi Professor e Orientou alunos na Universidade Paulista (UNIP) e na Universidade Bandeirante de São Paulo (UNIBAN). Trabalhou com Grupos de Pesquisa do Instituto de Estudos Avançados (IEAv), Centro Técnico Aeroespacial (CTA), Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá (UNESP-FEG) e Faculdade de Engenharia Mecânica (UNICAMP-FEM). Tem Experiência na área de Mecatrônica, atuando principalmente nos seguintes temas: Robótica Industrial, Modelagem e Simulação de Manipuladores Robóticos, Cinemática Direta, Cinemática Inversa e Jacobianos. Foi responsável pela Divisão de Pesquisa e Treinamento da MOTOMAN ROBÓTICA DO BRASIL e pelo Departamento de Projetos e Desenvolvimento da KUKA ROBOTER DO BRASIL. Atualmente é Diretor Executivo do I.A.R. (Instituto Avançado de Robótica), Robotista Perito pela KUKA ROBOTER em Augsburg (Alemanha), Examinador Titular da Câmara Brasil-Alemanha (AHK) para o comitê de Mecatrônica e Robótica Industrial e presta Serviço de Consultoria em Inovação, Montadoras Automotivas, Pólos Industriais, Universidades e Faculdades.