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Felipe Fagundes | 14/10/2021
Notícias
Nas últimas semanas, temos acompanhado diversos relatos sobre as dificuldades enfrentadas para geração de energia não só pelo Brasil, mas em diversos países pelo mundo, inclusive alguns relatando até apagões como no caso da China (que disse estar fazendo “manutenção da rede”). Isso tem um impacto direto tanto no bem-estar da população como na produtividade das indústrias e, consequentemente em um efeito cascata, afeta produção, que afeta consumo, que afeta economia.
Com a retomada praticamente plena da atividade econômica ao redor do mundo após longos períodos de isolamento e de oscilação dos mercados com aberturas e fechamentos, tudo indica que apesar dos efeitos negativos ainda vigentes, a economia caminha a passos largos para retornar aos níveis pré pandêmicos, aumentando imprescindivelmente a demanda por energia. Na China, por exemplo, o governo chegou a limitar o uso de energia nos horários de pico em boa parte do território, na Europa o gás natural amplamente utilizado para a produção de energia e para aquecimento nos períodos de inverno acumula alta de quase 500% nos últimos doze meses, no Brasil estudam-se meios de “bonificar” quem economizar energia, mas como dito anteriormente todos estes movimentos para rebater a escassez irão impactar em uma alta de preços (inflação).
No Brasil, as usinas hidrelétricas são responsáveis pela geração de cerca de 90% de toda a energia elétrica produzida internamente, assim as dificuldades para suprir a demanda energética do país passam pela crise hídrica, fazendo com que o país recorra a outras fontes de energia para suprir sua necessidade interna, fontes como a geração de energia a partir da queima de combustíveis fósseis em usinas termoelétricas, que além de mais poluentes também são mais caras.
Os estados mais centralizados do país, como São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná são os que concentram os maiores reservatórios responsáveis por moverem as hidroelétricas. Juntos estes estados são responsáveis por mais da metade da capacidade de armazenamento de água para geração de energia no país e, são eles os maiores afetados pela seca da estão atual, considerada a pior dos últimos 90 anos.
Diferente do Brasil, a principal matriz energética da China é o carvão mineral e, devido a enorme demanda relacionada à recuperação econômica que foi impulsionada por setores como a manufatura e a construção civil desde junho deste ano, a commodity atingiu em 2021 o maior preço da sua história.
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O que causa o déficit na oferta de energia por lá não é a escassez do produto, mas sim questões atreladas ao meio ambiente, pois a China fez um pacto para reduzir a emissão de carbono até 2060, fazendo os governos locais endurecerem as leis para frear o uso dos combustíveis fósseis, impactando diretamente a indústria local, que já registra níveis de contração econômica até o país encontrar outros meios de geração.
Assim como em outras partes do mundo, a recuperação econômica na Europa também vem enfrentando diversas dificuldades, entre elas a mais pujante é a produção e distribuição de energia de modo a suprir toda a demanda. Lá, o gás natural é a principal matéria-prima para as matrizes energéticas, que com o aumento da demanda fez o preço disparar e vários setores estão sendo prejudicados.
Como podemos ver, o mundo todo está sofrendo de alguma forma com a dificuldade em suprir a demanda energética da indústria, neste “quebra-cabeça mundial” possíveis cortes de energia impactarão diretamente nos níveis de produção dos países, podendo gerar um novo desequilíbrio no Comércio Exterior e na cadeia de suprimentos como vimos recentemente.
Desequilíbrio entre oferta e demanda para a economia é sinal de inflação ou deflação de preços, tratando-se ainda de comércio exterior, o impacto chega também ao câmbio e, neste momento é que você pode contar com um parceiro experiente para se proteger destas oscilações.
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