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Ano: 2019
Instituições de ensino: Universidade Estácio de Sá
Páginas: 17
Idioma: Portugues
Notas:
O que aconteceu na fábrica de Longhua em 2010 concentrou a atenção de todos nas condições dos trabalhadores de baixa qualificação, baixa renda e migrantes. Antes de 2010, ocorreram suicídios exporádicos na Foxconn, sendo pelo menos dois em 2007 e dois em 2009.Em 2009, uma das vítimas tinha ficado desesperada por causa das condições de trabalho “barulhentas e insuportavelmente exaustivas” e a outra tirou a própria vida por ter sido suspeito e punido pela perda de um protótipo do iPhone 4G da Apple. Denúncias de maus tratos a empregados já vinham surgindo desde 2006, quando o jornal britânico The Daily Mail criticou a Apple por usar a Foxconn como fornecedor sweatshop. Os artigos jornalísticos descreviam os baixos salários, os longos turnos, e as difíceis condições de trabalho
na fábrica da Foxconn, que os jornalistas tinham presenciado e visto pessoalmente. Os dormitórios variavam de 200 a cerca de 30 trabalhadores por quarto. Só eram instalados ventiladores e, por isso, os trabalhadores muitas vezes sentiam-se sufocados durante os verões quentes e úmidos. Um mau cheiro permeava o lugar e ninguém se importava com a limpeza da área comunitária. Os trabalhadores
referiam-se ao dormitório como “a sala do lixo”. Em cada piso, havia chuveiros e banheiros compartilhados, mas não se permitia aos trabalhadores lavar as próprias roupas. Em vez disso, eram obrigados a participar de um programa de lavanderia comunitária gerenciado pela fábrica para impedir que consumissem água demais. Havia seguranças de plantão 24 horas por dia em cada edifício dormitório
para garantir que os trabalhadores usassem seus cartões para entrar nos edifícios, de modo que eles não podiam visitar livremente outros dormitórios ou trazer amigos para o lugar onde moravam. Além disso, os guardas não eram responsáveis por questões de segurança patrimonial e os furtos e roubos eram comuns e freqüentes. Embora a crítica do The Daily Mail tenha logo silenciado, a série continuada de suicídios no primeiro semestre de 2010 pôs a Foxconn sob os holofotes. Em março, três pessoas saltaram dos seus edifícios-dormitórios. Outras duas vieram em abril e uma sobrevivente testemunhou que o motivo para tentar por fim à vida era “excesso de pressão no trabalho”. Em maio houve mais seis saltos e, ao fim de 2010, o número total de tentativas de suicídio atingiria 17, sendo que apenas três sobreviveram.
Resumo
Às quatro da madrugada de 23 de janeiro de 2010, um jovem operário de 19 anos de idade saltou de um
edifício em uma fábrica em Shenzhen, uma cidade no sul da China.Houve mais 16 tentativas de
suicídio no mesmo lugar dentro de um ano e o saldo de mortes chegou a 14 até o final de maio.A série
de suicídios imediatamente desencadeou um debate na sociedade chinesa e intensificou o escrutínio das
condições laborais e de vida dos trabalhadores de baixa renda e qualificação na China.A fábrica
pertencia à Foxconn, uma grande fabricante de produtos eletrônicos que fornecia para a Apple, a
Hewlett-Packard e outras marcas de fama mundial.A Foxconn sofreu severas críticas por supostos maus
tratos aos seus empregados e foi fortemente pressionada a aumentar os salários de seus funcionários.
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