Missão na África gera US$ 38,7 milhões em negócios

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - 12/06/07

O brasileiro mostra mais uma vez que não existem fronteiras para a venda de produtos nacionais. Depois de passar por Marrocos e Tunísia, a Missão ao Norte da África, coordenada pela Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX-Brasil) finalizou a viagem no Egito, última parada, onde os resultados também foram significativos. Durante 10 dias, os empresários brasileiros participaram de 528 reuniões resultando em US$ 3,005 milhões de negócios fechados nas próprias rodadas de negócios e outros US$ 35,775 milhões em acordos futuros.

Mais do que exportações, a Missão trouxe oportunidades reais de parcerias entre companhias do Brasil e do mundo árabe. “Deixamos um rastro de entusiasmo muito forte. Os dados mostram que a Missão superou o seu objetivo, que era principalmente de prospecção”, disse o vice-presidente de marketing da Câmara Árabe, Rubens Hannun.

“Pelo lado brasileiro, houve uma visão abrangente das relações internacionais, e, pelo lado árabe, ficou uma boa imagem e o respeito pelo Brasil”, afirmou Hannun.

Juarez Leal, coordenador de Eventos Internacionais da APEX-Brasil, ressalta que o mercado árabe é imenso e com muitas oportunidades. O Egito, por exemplo, é um país estratégico dado a facilidade geográfica de comunicação com o Oriente Médio via Leste e Sul do Mediterrâneo. Destaca ainda que o Egito possui acordos econômicos com Europa e Estados Unidos, o que o torna um bom canal para atingir esses mercados.

Para Leal, “a instalação de empresas brasileiras nesses países pode vir a ser estratégico para as exportações brasileiras”. Ele cita o caso das empresas fabricantes de equipamentos médicos, odontológicos e laboratoriais que podem se instalar na região, recebendo o produto semi-acabado do Brasil, apenas a finalização da montagem.

Na Tunísia, segundo parada da viagem, ficou claro que os incentivos dados para as indústrias, que decidirem se instalar no país, são vantajosos. O Governo oferece isenção de tributos por 10 anos, financiamento de parte do negócio e a possibilidade de se gozar de acordos comerciais com a União Européia e com outros países árabes e da África. Para exportação sem taxas à UE, por exemplo, 40% da composição do produto têm que ser de origem tunisiana.

“Fiquei interessado na Zona Industrial de Enfidha e vou fazer contato com nossos associados para ver se vale a pena, pois o país fica próximo à Europa e é fácil ofertar para este mercado”, disse Paulo Passos do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf). “Poderíamos trazer as polpas de frutas do Brasil e fazer a embalagem aqui, creio que teríamos condições de ter um preço competitivo até para a União Européia”, acrescentou.

Além do Ibraf e da Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos Médicos, Odontológicos e Laboratoriais (Abimo), o consórcio Movexport, que reúne fábricas de móveis da cidade de Ubá, em Minas Gerais, se interessou em transações que ultrapassam a exportação de produtos. As 3 entidades vão encaminhar aos seus associados as possibilidades vislumbradas que vão desde a instalação de infra-estrutura de armazenagem, passando pela formação de joint-ventures e até investimentos diretos na construção de fábricas.

“Ocorreu um ganho fundamental de qualidade das relações, com oportunidades de negócios de médio e longo prazo”, observou Hannun. “E a presença de empresas de vários setores realmente interessadas na região mostrou que o Brasil, sendo respeitado e conhecido, tem muito mais a oferecer do que commodities”, declarou.

Daniel Shnorr, da Link Worldwide, que representa 8 empresas do setor de componentes para calçados e acessórios de couro, explica que os contatos feitos na Missão podem render US$ 200 mil em exportações até o final do ano. "Quero retornar mais duas vezes este ano, eles me solicitaram cotações de vários itens", disse.

Paulo Passos ressalta que as maiores demandas que registrou foram mamão papaia, manga e melão. Um dos importadores que compareceu à rodada estava interessado, inclusive, na distribuição dos produtos para outros países árabes e da África.

“A missão comercial ao Norte da África emerge como um fator que pode ser decisivo para o sucesso das iniciativas dos empresários brasileiros em iniciar projetos ou ampliar a sua participação no mercado árabe”, conclui Juarez Leal.

Hoje, os 60 empresários dos ramos de alimentos, insumos para a indústria alimentícia, bebidas, produtos agrícolas, frutas, material de construção, equipamentos médicos e odontológicos, ferramentas, equipamentos para irrigação, borrachas e resinas sintéticas, móveis e componentes para calçados e acessórios que integraram a Missão retornam para o Brasil.

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