Governo prepara medidas para indústria automotiva e eletroeletrônica

Fonte: Folha Online - 12/06/07

O governo prepara novas medidas para estimular investimentos nas indústrias automotiva e de eletroeletrônicos. Mais do que compensar a valorização do real frente ao dólar, o objetivo será criar possibilidade para a expansão da produção nos próximos anos, segundo explicou o ministro Miguel Jorge (Desenvolvimento).

"O setor automobilístico está chegando em uma quase plena capacidade. É preciso fazer grandes investimentos. Não só na ponta, mas no setor de autopeças, para fazer frente a um aumento de produção que será inevitável. E nós não podemos esperar o ano que vem, que é quando se prevê que a capacidade esteja absolutamente cheia, para fazer investimento", afirmou.

Ele lembrou que essa indústria precisa investir com ao menos um ano e meio de antecedência, já que é preciso importar equipamentos, fazer a capacitação da mão-de-obra e o desenvolvimento dos produtos.

Hoje, Jorge e o ministro Guido Mantega (Fazenda) anunciaram uma série de medidas para estimular os setores que estão sendo mais prejudicados pela valorização do real frente ao dólar. Os segmentos têxtil, calçadista e moveleiro foram os mais beneficiados.

Duas das medidas atingem também as indústrias automobilísticas e de eletroeletrônicos --apropriação imediata dos créditos de PIS e Cofins e a redução para 60% do percentual mínimo de exportação para ter os benefícios fiscais do Recap. No entanto, elas são consideradas insuficientes para estimular esses dois setores.

Em abril, o setor de veículos automotores (inclui empresas de autopeças) utilizava 83,3% de sua capacidade instalada, de acordo com dados da CNI (Confederação Nacional da Indústria).

"Nós esperamos que nos próximos dias já possamos anunciar algumas medidas", disse Jorge, que já conversa com representantes dessas duas indústrias.

No caso de eletroeletrônicos, a idéia é desenvolver a capacitação empresarial para atrair novos investimentos nessa área, incluindo TV digital, banda larga e outros serviços de telecomunicações. O objetivo é também estimular a produção de equipamentos para essa área.

"Nós queremos que elas [empresas já instaladas] continuem valorizando a plataforma brasileira e queremos também fomentar o desenvolvimento de novas empresas que possam no futuro participar da oferta de equipamentos e serviços", afirmou Luciano Coutinho, presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

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