Zamin investe US$ 120 milhões no Amapá

A mineradora suíça irá construir dois fornos, um de ferro-gusa e outro de aços longos.

A mineradora suíça Zamin Ferrous vai investir US$ 120 milhões para a construção de dois fornos, um de ferro-gusa e outro de aços longos, na área que pertencia à Sólida Mineração, no distrito do Coração, em Macapá (AP). O investimento no primeiro forno, de ferro-gusa, será de US$ 60 milhões, segundo o governo do Estado, e o início das operações está planejado para daqui a 18 meses. O forno de aço, que receberá outros US$ 60 milhões, começará a ser construído em um ano.

O projeto dos dois fornos foi apresentado na quinta-feira (10) pelo fundador da Zamin, Pramod Agarwal, ao governador do Amapá, Camilo Capiberibe. A previsão da empresa é de contratar 1,9 mil funcionários, 1,2 mil para a produção de ferro-gusa e 700 para os forno de aço.
 
Os aços longos produzidos no Amapá serão utilizado na fabricação de vergalhões para construção civil e produtos para a indústria brasileira e para exportação, segundo o governador. "O projeto da Zamin representa o primeiro passo para a industrialização do Amapá", disse em nota.
 
Até o momento, a Zamin não pediu incentivos específicos, afirmou Capiberibe. Porém, ele diz que o Estado dará R$ 30 milhões, de um projeto estimado em R$ 80 milhões, para a construção de um linhão que levará energia elétrica da hidrelétrica da Ferreira Gomes Energia até Pedra Branca do Amapari, onde a Zamin explora minério de ferro, e Serra do Navio, município vizinho. A ajuda será por meio da isenção de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) à Eletronorte para o projeto do linhão. Capiberibe disse ainda que encaminhará à Assembleia Legislativa um pedido para transferir à Zamin a concessão da Estrada de Ferro do Amapá concedida em 2006 para a MMX.
 
A Zamin, que tem escritórios na Suiça, Uruguai, Dubai e Reino Unido, vem priorizando o Brasil em sua estratégia global de expansão. Há duas semanas, comprou a mina de ferro Amapá, da Anglo American e da Cliffs Natural Resources, por estimados US$ 300 milhões. A empresa prevê mais que triplicar até 2017, para 27 milhões de toneladas ao ano, a produção de minério de ferro no país, disse Agarwal em entrevista ao Valor Econômico.
 
Por Olivia Alonso/ Valor Econômico