A Agência Espacial Europeia (ESA, sigla em inglês), em parceria com a montadora austríaca MagnaSteyr, está desenvolvendo tecnologia para utilizar combustível de foguetes em carros. Eles pesquisam como substituir a gasolina por hidrogênio, que é abundante e não emite gases poluentes.
"O hidrogênio é o combustível mais limpo disponível atualmente. É o futuro da geração de energia sem qualquer poluição", explica o chefe do Centro de Competência de Hidrogênio da Magnasteyr, Gerald Poellmann. Segundo os pesquisadores, a única emissão de um motor a combustão movido a hidrogênio líquido é o vapor de água.
Porém a dificuldade está em manter o hidrogênio armazenado. Devido ao tamanho extremamente reduzido das moléculas do gás, para mantê-lo líquido, o hidrogênio deve ser mantido a -253ºC, o que requer refrigeração constante.
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Por isso, a ESA conta com a MagnaSteyr para executar o projeto, já que foi a montadora que desenvolveu a tecnologia empregada nos foguetes Ariane, que utilizam o hidrogênio líquido como combustível. "É um desafio técnico para lidar com isso corretamente. As áreas de tolerância são muito pequenas, a vedação deve ser potente, o material não pode ter rachaduras e é preciso evitar a evaporação", argumenta Poellmann.Para isso, a MagnaSteyr desenvolveu tanques de armazenamento especiais com paredes duplas capazes de manter o hidrogênio líquido armazenado.
A empresa trabalhou com a BMW para desenvolver tanques de armazenamento de hidrogênio para carros. Assim, já em 2007, eles criaram o BMW Hydrogen 7, um carro movido a hidrogênio. O Hydrogen 7 pode armazenar 114 litros de hidrogênio líquido no tanque. Com o equivalente a 17m de isopor, o isolamento dos tanques pode manter o hidrogênio refrigerado por quase duas semanas.
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Esse projeto, além de provar as qualidades do hidrogênio como combustível livre de poluição, também desvendou uma série de limitações para que sejam produzidos veículos em série. Uma delas é que quando o hidrogênio líquido era aquecido, fervia e evaporava. Isso significa que caso um motorista deixasse o carro no aeroporto por duas semanas voltaria e o tanque de combustível estaria vazio.
Agora, o principal desafio da ESA e MagnaSteyr é transferir e utilizar a tecnologia espacial em sistemas de aplicações não-espaciais.